Publicado às 04h23 desta quinta-feira (20)

Foto: Licca Lima/Farol de Notícias

Após repercussão da matéria publicada pela Farol de Notícias, nesta terça-feira (19), sobre a denúncia feita por Maria do Socorro, que disse que o seu filho foi espancado na Cadeia Pública de Serra Talhada. Ela conta que foi à promotoria em busca de respostas [relembre aqui], nessa quarta-feira (19). 

A nossa redação esteve na Cadeia e conversou com Feliciano, o Inspetor Especial da Polícia Penal, atual gestor da Cadeia Pública de Serra Talhada. Ele deu detalhes sobre a entrada dos objetos proibidos, e o que é feito para impedir. E justificou a transferência do interno para o Hospital de Custódia em Recife, e as medidas que serão tomadas, caso a agressão seja  confirmada.  

Feliciano relatou que recebeu a visita de Maria do Socorro, que estava chateada devido a transferência do filho para o Hospital de Custódia em Recife, mas que foi uma determinação judicial. Ele disse que desconhece qualquer agressão que o interno tenha sofrido, que falou com ele antes da viagem, e não percebeu nenhum hematoma. Também relatou que não houve registro da guarda, e que foi perguntado aos presos, mas ninguém confirmou o incidente. Ele também salientou que se a agressão vier a ser confirmada, os responsáveis serão punidos na forma da lei. 

“Vale salientar que o interno, que gerou toda essa polêmica, é uma pessoa de temperamento difícil. É um rapaz que vem sendo acompanhado pelo CAPS [Centro de Atenção Psicossocial],  apresenta problemas de transtornos mentais. Essa transferência dele para o CPS em Recife é justamente uma medida do judiciário, junto com o Ministério Público, para saber se realmente ele é uma pessoa inimputável ou não. Dentro do tempo que estou aqui à frente da gestão, ele está sendo acompanhado pelo CAPS, fora as consultas externas e internas. É um interno que faz uso de medicação controlada”, destacou Feliciano, esclarecendo sobre a entrada de objetos proibidos na Cadeia: 

“Na realidade, uma unidade prisional abriga pessoas que cometeram crimes. Sempre é de praxe eles tentarem introduzir dentro das unidades, o ilícito, seja droga, celular, bebida alcoólica. Isso é um procedimento que já é do nosso conhecimento. Eles tentam. A gente, na medida do possível, tenta impedir por meio de revistas, mas acontece de ter uma falha humana. A gente, hoje, tem um quantitativo de apreensão em torno de 22 celulares, drogas também já foram apreendidas nas ocorrências. Hoje, a gente tem um problema de espaço, porque a cadeia de Serra Talhada foi projetada para 50 presos e chegou a 136. O espaço é disputado dentro de uma cela; cama, o pessoal dorme no chão; são coisas que ultrapassam a nossa competência, porque são problemas Nacionais, Estaduais, a grande superlotação das cadeias e presídios”.