Publicado às 05h08 desta quarta-feira (1)

Por Ivanildo Salvador, leitor do Farol de Notícias

E lá se vão 3 anos e meio do governo Bolsonaro e eu pergunto a todos e não espero respostas: suas vidas mudaram, estão da mesma forma ou tiveram uma piora? Como eu falei, não quero respostas, em seus íntimos cada um tem as suas, suas convicções sem influência de A ou de B.

Voltemos à época pré-eleitoral, à época do Jair se acostumando quando o atual Presidente prometia uma inflação sob controle, uma baixa nos juros consequentemente uma grande geração de empregos e, principalmente, um basta na corrupção que se alastrou no governo do PT. Aí eu pergunto a todos: então… Já se acostumaram com a realidade? A praga da CORRUPÇÃO deixou de existir no novo governo? A Polícia Federal e o Judiciário mantiveram suas autonomias sem sofrer qualquer tipo de intervenção? Psiu… fiquem com as respostas só pra vocês, não precisam externar para não se constrangerem! E a economia, a inflação, a geração de empregos.

As privatizações que eram vistas e tidas como solução para conter os gastos do governo ocorreram como foram prometidas, sendo exceção a da Eletrobrás que foi concretizada e a dos Correios que se arrasta? Nesses quase 4 anos tivemos sim a autonomia do Banco Central, a Carteira de Trabalho Verde e Amarela flexibilizando a modalidade de contratação, criou-se o Banco Único que veio simplificar a abertura e o fechamento de empresas e o mais importante programa do governo para as classes menos favorecidas; o Bolsa Brasil (copiado do Governo de PT o qual o atual Presidente na época dizia não resolver nada e o chamava de programa eleitoreiro).

Ainda para se conter gastos houve uma redução dos ministérios passando de 27 para 23 (outra promessa de campanha cumprida), foram reduzidas emendas o que ocasionou uma perda de investimentos, inclusive na educação e na saúde (embora sabemos que tais emendas são mal empregadas e tem como destinos interesses particulares).Também houve a tentativa de reduzir as renúncias fiscais, mas sem o sucesso esperado tendo o país perdido mais de R$ 450 bilhões em arrecadação nesse período. Indo do lado oposto, o Governo aproximou-se e fez aliança com setores oportunistas da política, aquela turma que apoia ou deixa de apoiar de acordo com seus interesses, o chamado Centrão.

Aí, toda tentativa de economizar foi por água abaixo, pois pra se ter o apoio dessa turma o Governo teve de abrir o cofre e privilegiar alguns setores específicos! Agora, vamos ser sinceros nem que seja em nosso íntimo, a situação financeira do Brasil teve uma piora significativa com o descontrole da inflação, o aumento das taxas de juros tendo como chamariz disso tudo o descarrilo do preço dos combustíveis (nosso Presidente tem travado um embate constante com a Petrobras e os gestores desta estatal) na tentativa de conter os seguidos aumentos de preços, logo num setor que faz girar a grande roda da economia.

Assim a inflação, após anos e anos não ultrapassando um dígito voltou ao patamar de ter dois, feito conseguido este ano! Isso tudo se refletiu no desemprego beirando hoje a marca dos 12 milhões de desocupados. Para dificultar ainda mais esse setor o déficit do PIB subiu com o valor se aproximando dos R$ 100 bilhões! Ainda na economia tivemos uma tímida reforma da previdência onde pouca coisa foi alterada, a reforma tributária mal se falou e a administrativa nem se cogitou!

Na saúde houve a criação do prontuário Eletrônico Nacional Interligado que busca dar mais agilidade aos serviços médicos e a fiscalização de tais serviços, a reformulação do programa Mais Médicos e a criação do programa O Brasil Conta Comigo. Também está em tramitação no Congresso Nacional a PEC 11/2022 que visa criar um Piso Nacional para os profissionais de Enfermagem. Nesse setor tudo estaria razoável, mas aí veio a pandemia e a atuação do Governo foi desastrosa, ou melhor, a falta de ação!

Enquanto o mundo todo seguia uma vertente, nosso Presidente, mal instruído e se não bastasse, mal assessorado; lamentavelmente fez desdém da gravidade do problema tratando a pandemia como gripezinha, dificultou o trabalho de quem conhecia o problema e o pior de tudo, querendo arrastar seguidores com a sua incapacidade intelectual, numa nociva atitude presidencial. Resultado: estamos nos aproximando das 700 mil mortes!

Na área da educação também não há muito o que se comentar a não ser a aprovação do Fundeb, mesmo que a contragosto do Governo e agora a criação do Piso Nacional Dos Professores. Ocorreu também nessa área uma redução de investimentos (embora se saiba que muito do que se é dito como investimento tá mais pra privilégios e desvios), sendo essa área uma das mais penalizadas pelo fato do Governo achar que há “muitos gastos” desnecessários o que provoca a ira dos gestores, sendo que muitos não gerenciam nada além daquilo que não seja dos seus interesses.

Na área de segurança muito se falou, pouco se fez. A imprensa preferiu evidenciar o fato do Presidente ser um ex-militar para focar as suas lentes para as ações policiais mal sucedidas ou extrapoladas como se isso fosse um privilégio do atual governo. Merece destaque a flexibilização da posse e do porte de arma, contudo outras promessas não saíram do discurso como o fim das progressões das penas e das saídas temporárias, a redução da maioridade penal para 16 anos e a tipificação como terrorismo a invasão da propriedade privada!

Nessa área, muito daquilo que o Presidente queria fazer ou pelo menos esteve em seus discursos de campanha esbarrou no Judiciário e isso vem marcando a atual gestão, com afrontamentos e enfrentamentos sucessivos do Presidente àquela instituição ao ponto dele conceder um indulto presidencial a um condenado da justiça por ser tal pessoa um deputado amigo da sua família (ação que lamentavelmente não é novidade vindo do Presidente) e a sua ânsia de sempre querer confrontar as forças armadas com o Judiciário.

Em meu texto anterior eu falei do governo do PT, hoje do governo Bolsonaro. O PT se concretizou como um partido onde a corrupção se generalizou cuja cicatriz não se fecha e faz jorrar a cor vermelha que pode voltar a manchar nossa flâmula, Bolsonaro… queiram ou não, admitam ou não, é vazio; mas enche o peito e grita… eu não sou corrupto, podem ser aqueles que me cercam, eu não sou! O seu discurso será sempre o mesmo, que a nossa bandeira jamais será vermelha, será sempre verde, amarela, branca e azul anil. Assim sendo finalizo perguntando a todos, mas como venho pedindo, respondam só lá dentro dos seus íntimos: com esses 2 na disputa, Lula e Bolsonaro: qual será o futuro e que FUTURO terá esse nosso Brasil.