Uma comitiva encabeçada pelo presidente Michel Temer (PMDB) e pelo governador Paulo Câmara (PSB) passa nesta sexta-feira por Sertânia, no Sertão, para participar da cerimônia de abertura da comporta do Reservatório de Campos, uma das muitas obras da Transposição do Rio São Francisco. Apesar da ação, as “águas da Transposição” irão beneficiar inicialmente a Paraíba, que também receberá a visita presidencial hoje.

Para que a população pernambucana do Agreste e do Sertão seja contemplada de maneira mais efetiva, é preciso que um conjunto de obras complementares no entorno da Transposição seja executado. E é justamente a necessidade dessas obras –  custeadas em grande parte com dinheiro da União – que faz com que o governo estadual queira passar ao largo da discussão sobre a paternidade da Transposição do Rio São Francisco.

“De fato, precisamos das obras complementares para dar sentido à Transposição. Tudo o que era de responsabilidade do governo estadual, comofazer os projetos, estar com serviços contratados e licitados, foi feito. Não é uma benesse de governo nenhum fazer as obras complementares. É um compromisso”, defende o presidente da Compesa, Roberto Tavares.

De acordo com ele, quantos mais “familiares” aparecerem para a Transposição, melhor. Ele se refere às movimentações do PT, PMDB e PSDB para colarem sua imagem ao projeto. “Quando a coisa é boa, deixa aparecer os “padrinhos”. Quero é que tenha meio mundo de pai, de mãe, de avê, de tio. Se todo mundo se comprometer com a obra, e nós pernambucanos devemos exigir isso, vamos comemorar”, avaliou.

 

Apesar de não querer tomar partido de ninguém, Roberto Tavares salienta que a gestão Michel Temer foi mais produtiva para a Transposição do que o governo Dilma Rousseff (PT).

“A crise atrapalhou muito porque todas essas adutoras poderiam estar prontas  em 2015. Em 2014 e 2015, o repasse caiu bastante. Em 2016, no primeiro semestre, foi trágico o repasse. Recebemos R$ 30 milhões. Mas no segundo semestre, no governo Temer, para ser justo, recebemos R$ 112 milhões. Isso fez com que hoje a gente tenha 15 frentes de serviço espalhadas (pela Transposição)”, informa.

Quem defende as ações do governo Michel Temer em relação à Transposição é o vice-governador e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Raul Henry (PMDB). Para ele, a obra ganhou velocidade com Temer à frente do Brasil.

A adutora do Agreste é apenas uma das obras complementares necessárias para que a Transposição minimize os efeitos da seca para os pernambucanos do Agreste e Sertão.

Há uma séride de outras adutoras, ramais e barragens e todas essas obras precisam de recursos do governo federal para serem finalizadas.

Roberto Tavares diz que basta o dinheiro ser liberado para a água cair na torneia de parte da população do Estado

“Até o final deste ano, a gente vai conseguir abastecer, com água da Transposição, as cidades Arcoverde, Pesqueira, Alaoginha, Sanharó, Belo Jardim, Tacaimbó e São Caetano”, assegura.

O presidente da Compesa diz, ainda, que está confiante para conseguir recursos para finalizar outra obra complementar considerada de primeira linha para a Transposição: barragem de Serro Azul. “Estamos esperançosos”, afirma.

Do JC Online