Publicado às 17h30 desta quarta (9)

O comandante da Guarda Municipal de Serra Talhada Gilvado Souza disse, em entrevista ao programa Frequência Democrática, que a responsabilidade da sua equipe não deveria abranger a segurança de lojas e barracas na feira livre, no Centro da cidade. Gilvado é da opinião de que a Prefeitura não larga a responsabilidade pelo monitoramento do pátio por receio de um custo político e afirmou que ações criminosas de arrombamento e furto de mercadorias naquele ambiente partem também dos próprios comerciantes, o que torna o patrulhamento muito mais difícil. Na semana passada, novos feirantes tiveram produtos furtados no local.

“Às 4 horas da manhã se inicia o adentramento de comerciantes [no pátio], quando a gente ainda está diante de uma escuridão, o que não inibe que poucos comerciantes de lá dentro façam determinadas malinices, o que já foi comprovado em outras situações pelo fato de 3 ou 4 guardas não acompanharem 80 ou 100 pessoas que às 4 da manhã já estão ali. [A feira é] Um labirinto de alta complexidade para 3 ou 4 homens acompanhar. Isso implica dizer que os próprios donos [de barracas e lojas] flagraram vizinhos [de boxes] praticando atos [criminosos]. É praticamente impossível no horário noturno alguém encostar um carro e levar uma carrada de mercadoria sem que o pessoal da segurança não veja esse movimento. Lá existem vários acessos e várias pessoas que têm chave [dos portões] e por isso foge do alcance dos guardas”, frisou o comandante, reforçando:

“Ali é feira livre, agora o município absorveu essa responsabilidade logo que fundou aquilo ali. E hoje, para sair, tem um custo político, porque hoje o pessoal já está habituado a cobrar do poder público municipal, essa prestação de serviço, porque eu não vejo legalidade. O município investe tanto e talvez não tenha retorno pelo o que arrecada e a arrecadação não é incisiva para a segurança. É pela ocupação do solo”. O chefe da guarda garantiu que o governo Luciano Duque tem um gasto de cerca de R$ 20 mil só com a manutenção da segurança pública no local.

“Eu não tiro o direito do cidadão reclamar, mas talvez Serra Talhada seja a única cidade que tenha um custo de mais de R$ 20 mil com segurança para pastorar farinha, cereais, legumes, verduras de particulares. Por que na realidade, ali eles pagam tributos sobre a ocupação do solo, que é notadamente correto, mas o município assumiu aquilo ali de maneira errada. O que é que tem ali do município para a Guarda [Municipal] tomar de conta? De mercadoria do município? Ali não tem. É de particulares. E a Guarda é para preservar o patrimônio do município”, alertou.