Zildo de VarzinhaUm agricultor de 50 anos, morador do distrito de Varzinha, em Serra Talhada, teve o braço amputado após passar dias internado no Hospam (Hospital Regional Agamenon Magalhães). Amigos e familiares da vítima, revoltados, procuraram a redação do FAROL para denunciar que houve negligência no atendimento a José Pereira Lima, que sofreu uma queda de moto no final de setembro e quebrou um dos braços. Segundo o líder comunitário, Zildo de Varzinha (foto), 55 anos, falando em nome da família, José Pereira ficou vários dias internado com o braço enfaixado no Hospam e quando retiraram as ataduras o membro estava necrosando.

“O pessoal lá apertou de um jeito que prendeu a circulação do sangue dele aí ele foi transferido para uma clínica particular, chegando lá tiraram as ataduras e quando foram ver, o braço já estava preto. Aí mandaram o rapaz para Recife, foi quando lá disseram que tinha que amputar o braço dele. Então, eu conversando com ele (José Pereira), ele vai pedir indenização, vamos entrar na Justiça porque hoje em dia nem com um animal se deve fazer isso. A comunidade de Varzinha está toda revoltada”, alertou Zildo, com indignação. “Este caso pode voltar acontecer com qualquer um, por isso estou fazendo esse alerta”, reforçou o líder comunitário, dizendo que o agricultor José Pereira vai ficar sem poder trabalhar e sustentar a família.

O OUTRO LADOHOSPAM

O FAROL entrou em contato com a direção do Hospam. Segundo a diretora Mauriciana Pereira, nenhuma família procurou a unidade para relatar o caso. Ela disse ainda que não estava sabendo do fato e aconselhou os familiares.

“A direção não tem muito o que declarar, primeiro porque não vieram reclamar no hospital, se foi erro médico, se foi erro do técnico de imobilização tem que procurar o conselho a quem rege o servidor. Não é culpa da direção colocar um gesso errado. Cada caso é um caso, não necessariamente foi o gesso, pode ter tipo ruptura dos vasos, o osso que quebrou dentro pode ter pego uma artéria, a pontinha do osso. Gesso para necrosar e amputar é difícil, é mais fácil causar uma deformidade. Se ele se sentir prejudicado ele deve procurar o conselho que rege o profissional que fez o atendimento, mas a direção está aberta para maiores esclarecimentos”, disse Mauriciana.