Do G1 São Paulo

Foto: Reprodução/TV Globo

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP pretende vacinar mil profissionais de saúde contra a Covid-19 nesta segunda-feira (18).

Uma megaoperação começou a operar no hospital para imunizar cerca de 30 mil trabalhadores do local. No estado de São Paulo, a vacinação começou no HC neste domingo (17), com 112 pessoas.

Os postos de atendimento aos funcionários devem trabalhar por 12 horas, das 7h às 19h.

Nesta segunda, a primeira dose da vacina CoronaVac foi aplicada na enfermeira Juliana Campana, às 7h28 no HC.

“Não percam a esperança. A gente tem que manter os mesmos cuidados que nós já estávamos tendo. Distanciamento, evitar as saídas desnecessárias o momento ainda é muito critico”, disse ela depois de ser imunizada.

“É uma emoção indescritível o dia de hoje. Não só para mim, mas para todos que estão aqui. Somos da linha de frente, [a vacinação] é esperança do fim desse pavor, desse medo que vem nos assombrando há quase um ano. Estou aqui para conscientizar a todos da importância da vacinação. Todos devem ser vacinados. E temos que lembrar que a gente não deve abrir mão das precauções que a gente já vem mantendo. Não é porque a vacina chegou que a gente pode relaxar [nos cuidados].”

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A diretora clínica do complexo hospitalar do HC, Heloísa Bonfat, disse que cerca de 28 mil profissionais estão na linha de frente da assistência.

“Serão esses os vacinados. Hoje, nós temos o piloto com os voluntários. Nós temos mil postos de voluntários nos dias planejados e essas pessoas que estão trabalhando nesses postos é que serão vacinadas. Esse é o número que nós pretendemos vacinar hoje. Nos outros dias, devemos chegar a sete ou oito mil pessoas por dia em 12 horas de trabalho.”

De acordo com a diretora, a vacinação será feita em ordem alfabética e os agendamentos ocorrerão a cada 30 minutos.

A segunda dose deve ser aplicada 21 dias após a primeira. A campanha iniciada nesta segunda é um piloto e somente alguns profissionais serão vacinados.

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Vacinação

A vacinação começou neste domingo no Hospital das Clínicas, após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o uso emergencial da vacina contra a Covid-19. Segundo o governo estadual, 112 profissionais foram imunizados neste primeiro dia.

“Vamos começar com os Hospitais da Clínicas de São Paulo, Ribeirão Preto, Campinas (da Unicamp), Botucatu (da UNESP), Marília (FAMEMA) e Hospital de Base de São José do Rio Preto. E, na sequência, todos os hospitais públicos e privados”, disse o governador João Doria.

Em seguida, as vacinas e insumos também serão enviados para as prefeituras do estado, “com recomendação de prioridade a profissionais de saúde que atuam no combate à pandemia”.

‘Não tenham medo’

“Falo com segurança e propriedade, não tenham medo”. A frase é da enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, primeira pessoa a ser vacinada no Brasil. A enfermeira foi imunizada neste domingo (17) no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

“Que a população acredite na vacina. Estou falando agora como mulher, brasileira, mulher negra, que acreditem na vacina. Vamos pensar no monte de vidas que nós perdemos, quantas famílias nós perdemos, quantos pais, mães, irmãos. Eu quase perdi um irmão também com Covid. E diante disso é que eu tomei coragem e participei da campanha da vacina”.

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Mônica foi voluntária da terceira fase dos testes clínicos da CoronaVac realizados no país e tinha recebido placebo. “Fui muito criticada. Eu recebia piadinhas, memes, mas não dei sequer importância. Me falaram que eu era cobaia de uma pesquisa de vacina”.

A enfermeira faz parte do grupo de risco para a doença, e atua na linha de frente contra Covid-19 no Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Ela mora em Itaquera, na Zona Leste.