imageshumbertoO senador e líder do PT na Casa Alta, Humberto Costa (PT), afirmou, ontem, no Recife, que o governador Eduardo Campos (PSB) é um adversário mais perigoso para o PT do que o senador mineiro Aécio Neves (PSDB), na disputa pela Presidência da República contra Dilma Rousseff (PT). “Hoje, na minha avaliação, ele é um candidato mais perigoso do que o do PSDB”, avaliou o petista. Segundo o petista, o ex-aliado teria mais gana na disputa eleitoral do que o tucano. Apesar de defender que é uma impressão individual, trata-se de um sentimento partidário.

Diante disso, o PT está tomando os devidos cuidados para evitar acirramento de ânimos com Campos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já teria, inclusive, comentado internamente que só virá ao Recife quando o governador se desincompatibilizar do Governo – no dia 4 de abril – para evitar constrangimento. Quanto às críticas do socialista, o partido tentará aplicar em Pernambuco a mesma linha que será adotada na campanha nacional: evitar ataques.

“Não vamos ficar sendo criticados sem responder, mas nossa política não será a de atacar ninguém. O nosso trabalho será no sentido de mostrar o que o Governo (Dilma) fez, está fazendo e as propostas para o que vai fazer. Lógico que ao sermos atacados, vamos responder, mas sem qualquer agressão pessoal”, declarou o senador, que reprovou a postagem no Facebook do PT atacando o socialista.

Uma das estratégias do PT já traçadas para minar Campos será cobrar a presença de ministros ou pessoas de peso do Governo Federal nos eventos de inaugurações de obras nas quais o Governo teve participação. “É muito bom fazer festa com o suporte e apoio alheio”, ironizou Humberto.

CHAPA
Ciente dos adversários no plano nacional, os petistas ainda não têm o real panorama local, no entanto, diante da atual conjuntura o senador defende que o partido deve apoiar o senador Armando Monteiro Neto (PTB) desde o primeiro turno. “Eu acho que uma chapa que reunisse Armando, como governador, e João Paulo (PT), senador, ia fazer tremer as bases da política pernambucana”, ressaltou Costa. Apesar de alguns petistas defenderem candidatura própria, nenhum nome foi apresentado e o Diretório Estadual tem até março para definir a posição.

O deputado João Paulo já demonstrou interesse em disputar o Senado, entretanto, ontem disse que vai aguardar e “refletir com o partido, com Lula, com Dilma (Rousseff) e com Armando Neto para definir coletivamente” qual será seu espaço nas eleições de outubro.

( Folha de Pernambuco )