Joe Biden assina decreto para facilitar acesso ao aborto
US President Joe Biden waves on arrival at Cornwall Airport Newquay, near Newquay, Cornwall, on June 9, 2021. (Photo by PHIL NOBLE / POOL / AFP)

Do Diario de PE

A reação de Jae Moyer, presidente do caucus LGBTQIA do Partido Democrata do Kansas, traduziu o sentimento de vários ativistas pró-escolha nos Estados Unidos. Com o braço direito erguido, Jae pulou e deu um grito, enquanto a amiga, Allie Ultley, chorava ao seu lado. O estado do Kansas, no meio-oeste dos EUA, rejeitou uma emenda conhecida como ‘Vale them both’ (Valorize os dois), que acabaria com o direito constitucional ao aborto. “Fiquei em choque, mas muito satisfeito e eufórico. Kansas é historicamente mais conservador. O fato de os cidadãos do Kansas votarem para proteger a saúde reprodutiva da mulher, de forma esmagadora, me enche de orgulho”, afirmou ao Correio, desde Overland Park, Moyer, que se declara não-binário. Horas depois, politicamente fortalecido pelo resultado do referendo no Kansas, o presidente dos EUA, Joe Biden, assinou um novo decreto que facilita o acesso ao aborto.

Veja também:   'A Forma da Água' é destaque no Oscar 2018

A ordem executiva firmada pelo decreto ordena ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) que trabalhe com os Estados para usar isenções do seguro-saúde Medicaid a fim de pagar as despesas de mulheres que atravessarem as fronteiras estaduais para abortarem. Em 24 de junho, a Suprema Corte anulou a sentença “Roe v. Wade”, de 1973, e retirou de milhões de norte-americanas a prerrogativa de escolherem pela interrupção da gravidez. “Com a rejeição à emenda, no Kansas, e o decreto de Biden, as mulheres de meu estado poderão ter o aborto aqui mesmo, economizando acesso à saúde reprodutiva. O decreto do presidente faz enorme diferença, e poderá salvar as vidas de muitas pessoas que precisam do acesso ao aborto”, disse Moyer.

Veja também:   Exército publica fotos de 'pegadas' do Yeti

Durante a cerimônia de assinatura do decreto, Biden ressaltou que “a luta não acabou”. “Vimos isso no Kansas. Mulheres e homens exerceram seu poder eleitoral e político. Com uma participação recorde, os eleitores do Kansas derrotaram uma iniciativa para remover da constituição do estado o direito ao aborto”, afirmou o presidente. Ele explicou que a nova ordem executiva garante que os profissionais de saúde obedeçam à lei federal e que as mulheres não enfrentem atrasos ou recusas no acesso à interrupção da gestação.

Veja também:   Divulgado resultado para Secretaria de Educação de ST

Biden instou o Congresso a tornar lei as proteções asseguradas pela sentença “Roe v. Wade”. “Se o Congresso não agir, o povo deste país precisará eleger senadores e deputados que restaurarão Roe e protegerão os direitos à privacidade, à liberdade e à igualdade”, observou. Para Moyer, o aborto não é um tema liberal ou conservador. “Nós, do Kansas, mostramos aos nossos legisladores radicais de um Estado republicano que desejamos o aborto legalizado aqui.”