Jovens de ST se identificam como demissexuais

Publicado às 05h02 desta sexta-feira (21)

Nas últimas semanas a internet foi tomada pelo debate da Demissexualidade, após a atriz e apresentadora Giovanna Ewbank e a cantora Iza se declararem dentro da forma de se relacionar. Para entender melhor o termo, o Farol conversou com a psicóloga de Serra Talhada, Agnez Santos, que descreveu que a demissexualidade não é uma nova orientação sexual, como se reconhecer heterosexual ou homossexual, mas pode estar presente em todas essas orientações.

“A Demissexualidade está envolta da perspectiva da necessidade e interesse de forma inconsciente também, em construir vínculos e laços. Firmar experiências voltadas para o amor romântico, o acolhimento, a ternura a sensibilidade e a experiência de proximidade. O importante então está na conexão estabelecida com o outro”, descreveu a profissional, complementando:

“Pode estar presente em qualquer uma delas reforçando a ideia de que é uma forma de conduzir a relação. Esta configuração então ressalta que antes da relação sexual seja estabelecida uma conexão sentimental entre as pessoas envolvidas. O contato físico é baseado no grau de evolução sentimental diante aquela relação”.

SERRA-TALHADENSES ADERIRAM O TERMO

De acordo com C. Silva, 27 anos, revisora de textos, mesmo tendo conhecido há pouco tempo a demissexualidade entendeu que o que pensava ser um bloqueio.

“Me identifiquei, por de certa forma explicar o que eu chamava de “bloqueio”,  eu estava generalizando muito e acho que tem mais a ver com a demissexualidade, porque não costumo me relacionar com pessoas que eu não me sinta conectada de forma emocional, intelectual. Eu até cheguei a imaginar que eu tinha algum problema, mas não. Eu só não consigo sentir atração por alguém que eu não consiga estabelecer um vínculo”, comentou a jovem.

Para Jakeline Pereira, 33 anos, também fez sentido para a sua forma de criar afeto e se relacionar. Ela conta que era chamada de chata quando explicava seus posicionamentos para os homens.

“Achei interessante descobrir que tem um nome para isso, antes era chamada apenas de chata. Achei interessante saber que tem um nome para esse ‘sentimento’. Não marco encontro em motel, sempre tento explicar, mas nem sempre os homens entendem.  Acabam fazendo uma certa pressão, mas sempre saiu como chata. Quando acontece me sinto suja e fazendo coisa errada”, descreveu.