Por Carla Regina Bezerra, professora e faroleira

“Essa eu não posso deixar passar. Por diversas vezes repeti esse artigo da Constituição Federal de 1988 em sala de aula para meus alunos e sempre digo a eles que há necessidade de brigarmos para tentar efetivar nossa Carta Maior. Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Pois bem, meu filho de 3 anos está passando por um período de frequentes gripes e viroses. Em decorrência disto tive que levar-lo ao Hospam no dia 14 de abril (domingo) e 4 de maio (sábado), para minha surpresa em ambos os momentos fui avisada de que não havia médico-pedriatra de plantão.

Pergunta-se: Será que não temos médicos pediatras de plantão nos finais de semana? Direito de todos, como assim? Quem são todos? Onde está o acesso universal? Vale sembrar que meu bairro sequer tem postinho de saúde e quando vamos tentar no bairro vizinho somos barrados por não fazer parte do cadastro de moradores daquele bairro.

Não sou natural de Serra Talhada, mas resido nesta cidade há mais de 10 anos e percebo que uma parte da população é deixada de lado, esquecida quando se trata de direitos básicos, pois até bem pouco tempo atrás minha rua sequer tinha saneamento. Se queremos construir uma sociedade mais igualitária já passou da hora de tentar efetivar pelo menos o mínimo constitucionalmente garantido e protegido. É revoltante ter direito e não poder ter”.