Atual líder, Picciani foi eleito por mais um ano para a liderança da bancada do PMDB na CâmaraO deputado Leonardo Picciani (RJ) foi reeleito por mais um ano para a liderança da bancada do PMDB na Câmara, nesta quarta-feira (17), derrotando por 37 a 30 votos seu adversário, o deputado Hugo Motta (PB). Dois peemedebistas votaram em branco e outros dois não compareceram.

A vitória de Picciani representa a esperança de manutenção da aliança entre peemedebistas e o Palácio do Planalto, apesar da oposição ostensiva do presidente daCâmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), à presidente Dilma Rousseff. Cunha fez campanha nas últimas semanas para convencer os peemedebistas da Casa a darem seu voto de confiança em Hugo Motta.

Na tarde desta quarta-feira, porém, prevendo o resultado das urnas, em votação fechada, aliados de Eduardo Cunha faziam ameaças. “Se tiver tracinho (na cédula), se tiver qualquer marca, vamos invalidar (o resultado)”, disse um deputado, acrescentando que “o governo está usando argumentos não republicanos para ganhar”, em referência ao apoio do Planalto a Picciani.

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Horas antes da eleição, Eduardo Cunha promoveu um ato com manifestantes vestidos de mosquito Aedes aegypti, para protestar contra a exoneração de apenas umdia do ministro da Saúde, Marcelo Castro, que tem cargo legislativo na Câmara, para dar seu voto a Picciani.

Entenda as polêmicas que estão em jogo

Aliado de Cunha no passado, Leonardo Picciani foi se afastando do presidente da Câmara e se aproximando do Palácio do Planalto a partir da metade de 2015. Em outubro do ano passado, durante a reforma ministerial do governo, o deputado fluminense provocou ciúmes até mesmo no vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer. O vice foi preterido e Picciani ganhou o poder de nomear o atual ministro da Saúde, além de Celso Pansera, titular da pasta de Ciência e Tecnologia, em troca de apoio de maioria peemedebista à presidente Dilma Rousseff.

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Em dezembro do ano passado, após Eduardo Cunha aceitar o pedido de impedimento de mandato da presidente Dilma, Leonardo Picciani, na condição de líder da bancada de quase 70 deputados, quis compor a cota de seu partido na Comissão Especial do impeachment apenas com parlamentares favoráveis ao arquivamento do processo. O resultado foi sua destituição, articulada por Temer e Cunha. Mas uma contraofensiva reconduziu Picciani ao posto uma semana depois.

O Jornal do Brasil já havia antecipado, na noite desta terça-feira (16), o resultado da eleição para a liderança do PMDB na Câmara:

>>Liderança de PMDB na Câmara deve continuar com Leonardo Picciani

>>Sergio Cabral afirma que Cunha é ‘o único que destoa do PMDB do Rio’