Publicado às 15h30 desta quarta (22)

“E aí a nossa preocupação… Se a gente tem uma sub-notificação [de casos], se os casos estão começando a aparecer agora [em Serra Talhada], e a gente abre o comércio? Daqui a um mês qual será nossa situação?”

Foi assim, alertando para uma postura de cautela, que a secretária de Saúde Márcia Conrado entrou no debate que norteou as rádios de Serra Talhada nesta quarta-feira (22), sobre a reabertura total do comércio na cidade já nas próximas semanas.

Falando à rádio Líder do Vale FM, nesta tarde, Márcia chamou a atenção para o fato dos casos estarem sub-notificados em Serra Talhada, isto é, não representarem a real dimensão do nível de contágio no município. E que reabrir o comércio, mesmo de uma forma coordenada, neste momento, é um ato muito arriscado.

A gestora disse “ter certeza” que os casos suspeitos de coronavírus na cidade são bem maiores do que existem hoje. Atualmente, a Prefeitura monitora 467 pessoas.

“A gente não pode cometer o mesmo erro que algumas cidades na Itália, nos EUA, na Europa sofreram, que foi reabrir o comércio e depois ter que fechar de uma forma indefinida. A gente tem que ter um cuidado porque, os dois primeiros casos [de covid] em Pernambuco foram registrados dia 12 de março e hoje, dia 22 de abril, já temos 260 óbitos. Então, Serra Talhada está importando estes casos, aqui começou agora os casos confirmados, são 6”, lembrou a secretária, continuando:

“Levando em consideração o que são as sub-notificações, porque só quem faz exame seguindo o protocolo do Estado são os pacientes com sintomas graves, não tem testagem para todo o mundo. O município comprou 1.500 testes e tem todo um protocolo a ser seguido. Hoje as UBSs tem feito a triagem, tratamento e monitoramento de 467 pessoas. Então, esses números eu tenho certeza que são bem maiores.”

O alerta feito pela secretária de Saúde acompanha, justamente, o contexto em que representantes dos setores empresariais de Serra Talhada ocuparam as rádios da cidade, em cadeia local, demonstrando preocupação com o fechamento do comércio e sinalizando para uma abertura “controlada” dos serviços já a partir de maio, quando finda o decreto estadual no próximo dia 30.