Bom dia, boa tarde  e muito boa noite aos faroleiros e faroleiras de plantão. Acordei por demais feliz, após muito tempo, olhei a chuva cair em Serra Talhada, na noite desse sábado (12). Acho que foi um presente de Nossa Senhora Aparecida para todas as crianças da Capital do Xaxado. Nesta manhã de domingo (13) quando trabalho estas mal tecladas linhas o cheiro de terra molhada entra dentro da minha casa como um bom sinal dos tempos.

Mas me atrevo a fazer uma reflexão dentro do clima do Dia das Crianças, celebrado ontem. Logo pela manhã eu e Mariah (minha neta) saímos para comprar um presente. Em primeiro lugar tive um susto: nada na cidade lembrava que o dia era diferente. Não houve uma programação oficial da prefeitura em homenagem as crianças, por exemplo.

Meu segundo espanto nasceu dentro da loja. Fiquei impressionado como o avanço tecnológico tirou um pouco da liberdade de brincar. Tudo agora é na base da bateria ou do controle remoto. Carrinhos que andam sozinhos, bonecas que repetem a mesma história e por aí vai. A capacidade da indústria capitalista de brinquedos é de deixar qualquer um boquiaberto.

Já fui criança de pé no chão e o meu 12 de outubro era bem mais colorido. Como esquecer os carros de lata de óleo de salada, os famosos ‘rabo de peixe’ feitos com rodinhas de sandálias japonesas? Como esquecer as disputas de bola de gude e as brincadeiras onde as embalagens de cigarros se transformavam em moeda corrente? E quando caia  a chuva? Oxente; adorava correr e pisar nas poças d’agua, deitar no meio da rua e viajar no tempo. Eu me transformava em Durango Kid enfrentando os bandidões.

Meu 12 de outubro era diferente. Como esquecer da bola canarinho que tinha a imagem do Pelé? E no meu quintal, na rua Bernadino Coelho, eu tinha a minha  própria cidade. Meu carrinho sem rodas viajava de Serra Talhada a São Paulo indo até os Estados Unidos onde era a baixa da égua.  “Vrummmm”… Lá ia o meu carrinho cortando por entre as bananeiras do meu quintal. Muitas saudades dos tempos em que andava de calça curtas. Agora, conte a sua história de 12 de outubro. Esta foi apenas o começo da minha. Um bom domingo a todos!