Do JC Online

A investigação referente ao disparo em massa de notícias falsas em redes sociais para influenciar a disputa eleitoral entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) entrou em uma nova linha de apuração, segundo informações do UOL. Agora o Ministério Público avalia se políticos se dispuseram a servir de “laranjas” comprando serviços de envio de mensagens em massa para favorecer os candidatos.

De acordo com a linha de investigação, o uso de terceiros no disparo de notícias falsas teria como objetivo despistar os investigadores. Uma das hipóteses investigadas é a contratação de pessoas físicas ou jurídicas para disseminar as mensagens no pleito eleitoral à Presidência, mas através de outras candidaturas como de deputados, senadores, governadores.

O método seria uma estratégia para confundir os órgãos de controle, segundo consta no pedido feito pelo promotor eleitoral Clayton Germano, ex-coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MP do Distrito Federal.

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Fornecimento dos dados

O MP pediu que as empresas de serviços de mensagens, como Facebook e Whatsapp, entreguem nomes e contratos de todos os candidatos, partidos e coligações que compraram publicidade durante as eleições de 2018. No caso dos aplicativos WhatsApp e Telegram deverão ser fornecidos os dados cadastrais dos investigados, incluindo número do telefone celular, endereço, número usado no serviço, CPF ou CNPJ.

O pedido inclui ainda o período de pré-campanha eleitoral, entre 1º de julho e 15 de agosto do ano passado. Além de WhatsApp, Facebook e Instagram, serão intimados também Instagram, Twitter e YouTube.

Ano passado, a Folha de S. Paulo mostrou que empresários bancavam disparos de notícias falsas contra o PT, o que fere a lei eleitoral e pode ser enquadrado em caixa dois. O próprio PT, no entanto, também teria feito uso desse tipo de serviço.

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Investigados

Na época, Luciano Hang, dono das lojas Havan, foi apontado como um dos principais envolvidos no caso. Ele já foi intimado para depor e é considerado investigado, devendo prestar esclarecimentos em Itajaí (SC), em data ainda não confirmada.

Também estão nas condições de investigadas as empresas Yacows, Quick Mobile, Croc Services e SMS marketing, de acordo com informações do UOL. A Yacows foi contratada pela AM4, que, por sua vez, foi contratada pela campanha de Bolsonaro.

A investigação corre em segredo de Justiça.

Bolsonaro de fora

Até o momento, Bolsonaro e outros políticos com foro privilegiado não foram apontados como suspeitos. Por esse motivo, o corregedor do TRE do Distrito Federal, Waldir Leôncio, determinou que o caso corresse sob supervisão de um juiz de primeira instância. Caso surjam indícios de participação de alguns desses políticos, o processo pode ir para as mãos do TRE ou para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

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