As emissões de CO2 (dióxido de carbono) em todo o mundo aumentaram 1,4% em 2012, nível considerado recorde pela Agência Internacional de Energia (AIE), que divulgou relatório nesta segunda-feira (10). Segundo o órgão, foi registrada a emissão total de 31,6 gigatoneladas de gases-estufa no ano passado. No entanto, apesar da alta, há diferenças regionais, com países reduzindo seus índices e outros aumentando.

Os cientistas disseram que o aumento da temperatura média global precisa ser limitado a menos de 2 ºC neste século para evitar efeitos climáticos, como quebras de safra e derretimento de geleiras, o que exigiria que as emissões sejam mantidas a cerca de 44 bilhões de toneladas de CO2 até 2020.

Diferenças regionais

A China foi quem mais emitiu gases-estufa e contribuiu para o crescimento global. De acordo com o relatório, foi expelido um adicional de 300 milhões de toneladas de gases em relação ao ano de 2011. No entanto, o aumento foi considerado baixo se comparado com períodos anteriores devido aos investimentos pesados que o país asiático fez na última década para adotar fontes renováveis e melhorar a eficiência energética.

Nos Estados Unidos, a substituição de usinas de carvão por tecnologias que usam gás natural na geração de energia ajudou a reduzir as emissões em 200 milhões de toneladas nos últimos anos, trazendo-as de volta ao nível de meados de 1990. Na Europa, a desaceleração da economia em decorrência da crise e o crescimento do uso de fontes renováveis — além de políticas que restringem as emissões provenientes da indústria — fizeram o continente reduzir em 50 milhões de toneladas de CO2.

Emissões do Japão, entretanto, aumentaram em 70 milhões de toneladas, ou 5,8%, enquanto os esforços para melhorar a eficiência energética não conseguiram compensar o aumento da utilização de combustíveis fósseis, após o acidente nuclear de Fukushima em 2011, disse a AIE.

Planeta em risco

Segundo Maria Van de Hoeven, diretora da AIE, com o ritmo atual de emissões a temperatura do planeta deve crescer entre 3,6 ºC e 5,3 ºC nas próximas décadas. Ainda segundo ela, dois terços dessas emissões são provenientes do setor energético. Segundo Fatih Birol, economista-chefe da agência, o setor deve se adaptar urgentemente às mudanças climáticas pois pode ser duramente afetado por elas.

Ele cita inundações e ciclones como catástrofes naturais que podem impactar a infraestrutura petrolífera, por exemplo. A AIE é organização autônoma sediada em Paris, que tem como objetivo pesquisar fontes de energia confiáveis, baratas e limpas para seus 28 países membros – o Brasil não faz parte do grupo.

Do G1