paulo camaraO auditório da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) ficou pequeno para tanta gente e muitos professores e alunos da rede estadual acabaram acompanhando do pátio audiência pública onde denunciaram assédio moral e perseguição por parte do governo do Estado, na tarde desta quinta-feira. A Rua da Aurora chegou a ser bloqueada pelos estudantes.

Os docentes cobraram interferência do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e do Ministério Público do Trabalho (MPT) com relação ao afastamento de 15 profissionais de escolas de referência por participação na greve, iniciada no dia 10; descumprimento de legislação pelo não pagamento do piso da categoria; e falta de estrutura de trabalho.

Representante do MPPE, o promotor Marco Aurélio se comprometeu a buscar a retomada do diálogo com o Estado e disse ter visto nos depoimentos fortes indícios não só de assédio moral mas institucional. A promotora do MPT Melícia Carvalho se dispôs a colaborar. O presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Alepe, Edilson Silva, propôs um comitê de solidariedade, com apoio de artistas e esportistas.

Há sete anos trabalhando na Escola de Referência de Ensino Médio (Erem) Trajano de Mendonça, em Jardim São Paulo, a professora Nathaly Costa estava atordoada com seu afastamento. “Sou uma profissional bastante premiada, inclusive pelo Estado. Mantenho um projeto de recuperação de auto-estima na comunidade que divulga a instituição e atrai empresas privadas. Onde está meu erro?”, questionou. “Estou desesperada, aflita. Mas vou sair dessa melhor e mais forte. E estou dando um bom exemplo aos meus alunos”.

( Do Jornal do Commercio )