Indo na contramão da meta estabelecida pelo Pacto Pela Vida, que é reduzir, anualmente, em 12% o número de homicídios no estado, Pernambuco registou crescimento de mais de 13% de crimes contra a vida em 2016. Segundo a Secretaria de Defesa Social, de janeiro a novembro de 2015 foram 3.541 homicídios. Em 2016, esse número subiu para 4.007, levando em conta o mesmo período do ano.

Durante coletiva na manhã desta segunda-feira (2), a Polícia Civil divulgou um balanço das Operações de Repressão Qualificada. Dentro dessas investigações, 32% dos presos estavam ligados à crimes de homicídios. Para o chefe da corporação, Antônio Barros, 2016 passado foi um ano difícil que refletiu, também, numa crise na segurança publica no estado.

“São muitos fatores que levam a isso [ao aumento no número de homicídios]. É importante que a polícia sempre pegue o Pacto Pela Vida, fazendo recordes e reflexões, sempre procurando otimizar suas ações. Nós estamos sendo cobrados pelo governador e pelo secretário de Defesa Social semanalmente. É preciso rever o que estamos fazendo certo para fazer melhor e o que a gente fez de errado que podemos corrigir. Eu tenho certeza que em 2017 estaremos melhores”, pontuou Barros.

Ainda no dia 22 de novembro de 2016 o número de homicídios já havia superado o total registrado em 2015. Foram 3.902 em contrapartida dos 3.888 em 2015. O ano de 2016 terminou, segundo o chefe da Polícia Civil, com um total de 2.579 inquéritos de homicídios e tentativas do crime concluídos. Um aumento de 9% em relação a 2015.

Balanço anual
O ano de 2016 também apresentou crescimento de Operações de Repressão Qualificada (ORQ). De acordo com a Polícia Civil, o dado de 44 operações é o maior desde 2014, quando Pernambuco registrou 37 ORQ. Com 580 prisões decorrentes dessas investigações, Antônio Barros garante que o número não tem ligação com o aumento no índice de violência no estado.

“Isso é reflexo de ações que a Polícia Civil tem incrementado com esse olhar voltado para a área de inteligência. Nós tivemos um aumento no número de atividade criminosa, mas a polícia não pode esmorecer diante disso”, explicou ao comentar a autorização de um concurso público para acréscimo de efetivo.

“Teremos incremento de efetivo já no segundo semestre de 2017. Conseguimos aprovar, recentemente, uma Lei Complementar para a contratação de inativos [aposentados], no qual poderemos substituir polícias que hoje tomam conta de prédio, que fazem Boletins de Ocorrência e atendem ao público. Esses polícias serão substituídos por inativos e irão para a área de investigação”, anunciou.