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Na noite de quinta-feira (20), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou que aprendeu a lutar de cabeça erguida, e que o problema do Brasil não é ele, mas sim o golpe.

“O problema deste país não é o Lula, é o golpe. É o presidente que eles colocaram no lugar da Dilma sem que tivessem tido eleições”, disse ele, durante ato em seu apoio e contra as reformas da Previdência e trabalhista, na Avenida Paulista, em São Paulo.

“É o primeiro ato e vão ter outros pelo Brasil afora. Nós vamos conquistar eleições diretas para que o povo brasileiro conquiste a democracia”, acrescentou.

Lula foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro na última semana, no caso sobre o triplex do Guarujá. Ele também teve os bens bloqueados nesta quarta-feira (19). Até julgamento em segunda instância, Lula permanece em liberdade.

“Eu gostaria, se o MP, a Lava-Jato, a Polícia Federal, se o Moro, tiver uma denúncia, uma prova, de que o Lula recebeu 5 centavos, por favor me desmoralizem, vá com o processo e me prendam se eu fizer alguma coisa ilegal. O que não podem é para tentar me prejudicar, destruir esse país, acabar com a Petrobras, com a Caixa, com milhões de empregos, para tentar prejudicar o Lula”, disse.

O ex-presidente reforçou que, apesar de todos os ataques, o PT continua um partido forte. “Como não conseguem me derrotar na política, tentam me derrotar no processo. Todo dia é um processo, um depoimento, um inquérito”, disse.

Para Lula, o país está sem credibilidade, com um presidente da República que “não apita nada” e com um Poder Judiciário que já não cumpre seu papel de proteger a Constituição.

“Esse país só tem solução se a gente fizer eleição direta e tiver coragem de eleger um presidente que olhe para o povo. Alguém que não tenha preconceito contra negro, contra índio, contra as mulheres. Alguém que respeite o povo LGBT, que respeite a soberania nacional. Esse país aprendeu a gostar de si”, destacou.

Lula reafirmou que aprendeu a ser honesto ainda criança, com a sua mãe. E que, mesmo quando era muito pobre e não podia comprar uma maçã, não roubava para não envergonhá-la .”Se eu não tinha coragem de envergonhar minha mãe, eu não tenho coragem de envergonhar 8 netos e 1 bisneta”, disse.

Marco Aurélio Garcia

Em seu discurso, o ex-presidente homenageou Marco Aurélio Garcia, que foi assessor especial para assuntos internacionais durante o seu governo e morreu nesta quinta-feira aos 76 anos. “Hoje é um dia triste porque morreu o nosso companheiro Marco Aurélio Garcia, companheiro da direção do PT e que me acompanhou pelo mundo afora nestes 30 anos”, lamentou.