Saúde e paz a todos e, de maneira especial, aos que são, por direito divino, PAIS! O exercício da paternidade nunca foi uma tarefa fácil. Principalmente nos dias de hoje, em que numa máquina capitalista e numa sociedade “erotizada”, os pais ficam meio que na desvantagem no dia a dia com seus filhos, que passam a buscar cada vez mais referências externas e o sentido de família vai se diluindo a cada dia. São ossos do ofício.

Neste Dia dos Pais quero dividir uma experiência de vida e o surgimento de um herói em minha vida. Em 29 de dezembro de 2008 perdi a minha mãe, Maria Luíza (Lu), que faleceu num leito de um hospital de Serra Talhada. Do outro lado, em agonia, também estava meu pai, Custódio Sá, no leito de uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), já desenganado. Por conta disso, o transportamos, em 31 de dezembro, para Recife, com alguns médicos garantindo que meu “super-héroi” não chegaria vivo sequer em Caruaru.

Foi uma experiência difícil para mim e todos os meus imãos, mas cheia de lições. Em Recife, deixamos o “guerreiro” na UTI do hospital Albert Sabin com um diagnóstico não muito confortável: estava em coma e sem previsão de abrir os olhos. Segundo os médicos, meu pai poderia ficar naquele estado por meses e até anos. No entanto, a família estava disposta. Afinal, era o meu pai!

Entretanto, como além de tudo DEUS também é PAI, no dia 1º de janeiro de 2009 aconteceu um verdadeiro milagre. Aos chegarmos na UTI, no horário de visitas, me deparei com meu meu super-herói de olhos abertos e suas primeiras palavras foram uma só, aos seus flhos: “Eu amo vocês”. Naquele instante, o DEUS-PAI agiu na vida de todos nós, diminuindo um pouco a dor da perda da matriarca.

A vida continuou como um roteiro inacabado e cheios de dúvidas. Mas algo surpreendente ainda estava por vir. Meu pai, após recuperado, recebeu um chamado do Pai Eterno para executar seu trabalho na Terra. E, mesmo diante de dilemas que foram surgindo com a possibilidade de um outro casamento, meu super-herói fez opção pelo celibato e consagrou-se padre. Hoje, padre Custódio Sá – pai de  sete filhos, avô e bisavô.

Meu pai fez jus ainda mais ao termo de super-herói que lhe entrego neste momento, optando por aumentar sua carga de trabalho servindo ao próximo, como preza o Evangelho. Tomada a decisão, o susto: ele não tinha mais sete filhos, tinha agora um rebanho, com obrigação de cuidar, como um bom pastor. O mais importante é sentir, que a cada dia, o meu herói Custódio tornou-se um homem cada vez mais feliz e agradecido a DEUS depois de uma dolorosa experiência. 

Dessa forma ele fortalece a todos nós. E é com letras, pai Custódio, que te honro neste momento. Eis o meu presente neste Dia dos Pais, super Custódio, o herói vitorioso que assumiu a missão de ser apóstolo, mesmo numa  estrutura social tão desumana. Obrigado pelo exemplo de vida. FELIZ DIA DOS PAIS PARA TODOS!