Do G1

Pesquisadores da Fundação Hemominas, em Belo Horizonte, desenvolveram uma metodologia para acelerar a realização de diagnósticos de testes de Covid-19. A expectativa é que a velocidade na entrega dos resultados aumente em 40 vezes.

“Nós desenvolvemos essa pesquisa para adequá-la à realidade do país e por causa da dificuldade de testar a população”, disse o médico patologista da Fundação Hemominas, Fernando Basques, um dos coordenadores do estudo.
Menos de 500 mil testes de Covid-19 foram realizados no Brasil até o momento, um número muito pequeno em um universo de mais de 200 milhões de habitantes.

O estudo também pretende ajudar a reduzir a subnotificação. Só em Minas Gerais, o número de casos suspeitos do novo coronavírus ultrapassou os 100 mil pela primeira vez, chegando a 100.487.

O estado já tem 3.320 diagnósticos confirmados da Covid-19 – 83 a mais que no último boletim. Além disso, há 121 mortes decorrentes da doença que causou uma pandemia e outras 132 aguardando resultados de exames.

De acordo com Basques, a metodologia consiste em unir várias amostras em uma só, agilizando o processo. “Caso a presença do coronavírus seja detectada, desenvolvemos um método que identifica qual o paciente, dentre todos aqueles analisados ao mesmo tempo, está infectado”, explicou.

A união de amostras em apenas uma não é novidade. Inclusive é comum na investigação de doações de sangue que chegam ao Hemominas.

“A diferença é que, após perceber a infecção, em vez de analisar amostra por amostra que faz parte deste ‘pool’, a metodologia identifica o paciente. Aí basta analisar apenas a amostra produzida por ele para confirmar”, contou o médico.
O estudo ainda deverá ser publicado em revistas científicas especializadas. Mas para ser implementado, bastaria receber o aval do governo do estado, segundo o médico.

“Nós ainda vamos apresentar a pesquisa ao governo. A partir daí, com a permissão, a ideia é que comecemos a implementar a metodologia o quanto antes”, disse Fernando.

Testes

Desde o dia sete de abril, laboratórios da Hemominas fazem parte da força-tarefa para diminuir a demanda que pressionava a Fundação Ezequiel Dias (Funed), até então o único a analisar as amostras que chegavam do SUS em Minas Gerais.

Mais de 30 servidores da entidade participam dos diagnósticos de testes do novo coronavírus. Em sete dias de trabalho, a Hemominas, que concentra doações de sangue e medula óssea no estado, fez o diagnóstico de quase 900 amostras de Covid-19.