Por Luiz Ferraz Filho, empresário e pesquisador das memórias de Serra Talhada

Publicado às 05h30 deste domingo (27)

O bloco Cariri já foi uma tradição no Carnaval de Serra Talhada. O nome vem do personagem principal. Um velho barbudo com roupa de couro, camisa preta e que bebia bastante.

Não gostava de menino e assediava as mulheres solteiras. Era comum várias cidades da região ter o bloco Cariri como atração. A versão mais antiga do bloco vem do munícipio do Crato, no Cariri Cearense.

Ainda hoje em Serra Talhada muitas pessoas relembram com saudade a diversão que era assistir o bloco que tomava conta das ruas da cidade às 5 horas da manhã.

Era muita folia, barulho, bebedeira e algazarra que deixavam os idosos com muita raiva. Nos primeiros anos do bloco as mulheres não participavam da folia.

Existia o preconceito que a moça que participasse ficaria mal vista pela sociedade da época e acabava castigada pela família. Sempre foi um bloco sem muita organização.

Todos foliões que varavam a madrugada no carnaval do CIST se juntavam pela manhã para tomar caldo e beber até cair. A diversão ficava sob responsabilidade de renomados músicos locais, entre eles, Antônio Nogueira (Sinhô Nogueira, do Batukão), Edésio Alves (da banda Red Caps), Zé Preto, Xanã e Luiz Fogos.

A recepção com comidas e bebidas era custeada por Sebastião Saraiva (comerciante e ex-vereador), Manoel Totó (comerciante) e populares que participavam da folia. Um momento nostálgico voltar ao passado e relembrar o clarear do dia com o Cariri percorrendo as principais ruas da cidade. Acordava todo mundo que não gostava da folia.

Era muita zuada.

Lá vem o Cariri…
Cansado de pegar criança…
Pegando as moças solteiras…
Pega todo mundo…
Que a vista alcança…
Lá rá…
Lá rá…
Lá rá…