Por Paulo César Gomesor , professor, especialista em História Geral e bacharelando em Direito

A Cidade Provinciana se prepara para mais um período eleitoral, que ironicamente poderia ser chamado de espetáculo circense, bastar fazermos uma retrospectiva e observarmos como se comportaram os nossos politiqueiros nos últimos anos. Há algum tempo atrás o nosso líder maior, adorado e idolatrado por seus seguidores, alguns o comparam a um Papa, pois domina como poucos a arte de fazer política, nos agraciou de forma honrosa com milhares de “pães”, e não satisfeito com tal ato, acrescentou “vinte reais” como recheio no pão. Esse foi um dos jeitos mais grandiosos realizado por essa santidade em favor do seu povo.

Nesse contexto espetacular merece destaque aquele que adora festas, ou melhor, mega festas. Ele faz questão de dividir com todos os provincianos os seus gostos musicais e sua simpatia artística. Ele também é rodeado por uma centena de fiéis seguidores. Nessa disputa de talentos não podemos esquecer da dupla dinâmica. Eles atuam em sintonia e conseguem fazer tudo em dobro, como por exemplo, duas festas de filiação, dupla campanha de marketing. Esses dois querem fazer mágica em 2012.

Diante desse quadro artístico, onde verificamos os variados talentos dos nossos políticos, percebemos também que não há em nossa cidade um lugar decente para apresentação dos nossos valorosos e guerreiros atores de teatro. Talvez ,seja mais importante gastar verdadeiras fortunas com “festas aleatórias” do que promover cultura popular de qualidade.

É lamentável que em nossa cidade não exista um Teatro. Será por que nossos políticos preferem viver em picadeiros? Ou será por que adoram praticar a política da Roma antiga do “pão e circo”, onde as pessoas se empolgavam com as batalhas entre os gladiadores e comiam pão no intervalo das lutas, e dessa forma esqueciam dos graves problemas sociais que os cercavam e não se revoltavam contra os seus governantes?

Para alguns politiqueiros vencer é uma questão de honra, não importa os métodos usados para que ela aconteça, o que importante é vencer. Para isso estimulam o povo adorarem e venerarem os seus nomes, como se eles estivessem além do bem e do mal. E como se a cada campanha o nosso sonho de uma cidade melhor renascer-se. Partindo desse desejo, muitos passam a imaginar que alguns políticos são santos e que logo após a eleição vão realizar verdadeiros milagres.

Um milagre é certo, a multiplicação dos cargos de confiança na prefeitura. Nesse jogo de poder onde fé e ilusão se misturam e alguns tentam comprar a consciência do povo com pão recheado de dinheiro e mega festas, só têm um lado perdedor: o povo da cidade provinciana. Basta ver que o centro de convenção não existe nem em maquete, o parque industrial não passa de um conto folclórico e a usina de biodiesel é só mais uma “estória de trancoso”.

O resultado dessa forma de fazer política, com muito espetáculo e pouca ação, pode ser resumido ao observarmos a paisagem que nos cerca, é só olhar a situação do rio Pajeu e do nosso cartão postal, a Serra Talhada, ambos encontram-se abandonados, maltratados, depredados, poluídos e esquecidos. Um retrato nu e cru da cidade provinciana!