Por Rochany Rocha – Jornalista DRT/PI-1543 – www.rochanyrocha.com.br

Recentemente, uma pesquisa, intitulada “O Consumidor do amanhã”, conduzida pela Mosaiclab em parceria com a Toluna e apresentada no Global Retail Show, nos trouxe uma série insights interessantes quanto ao consumo das pessoas nos próximos cinco a dez anos.

Dentre os dados que mais chamaram a atenção, foi o desejo de aumentar o consumo de vestuário e de produtos de higiene e cosméticos nos próximos anos.

Esse dado contradiz tudo que se ouvia nas lives, em debates com especialistas e estudiosos de comportamento durante o isolamento na pandemia, que apresentava uma percepção diferente das pessoas, observando que tinham coisas demais, roupas demais, preocupações demais com a vaidade e que iriam mudar seus hábitos no futuro.

A pesquisa, que focou em 32 categorias, aponta o brasileiro com um desejo latente por consumir vestuário e produtos de higiene e cosméticos. As duas ficaram no top 5 em potencial futuro de consumo.

O que mudou? De onde vem essa demanda reprimida? Será que as pessoas já se esqueceram do momento mais agudo pelo qual passamos?

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Bom, quando buscamos na história, em outros tempos, similares ao que estamos vivendo, esse sentimento também foi percebido. Um exemplo disso, foi o período da Segunda Guerra Mundial, onde houve um racionamento de determinados tipos de tecidos na Europa, limitando o vestuário feminino a tecidos alternativos e corte em estilo militar.

Com o final da guerra, ocorreu um movimento oposto. As mulheres apresentaram uma preocupação exacerbada por expressar sua feminilidade, e isso se refletiu, principalmente, na maneira como as pessoas se vestiam. O período também se destacou pela ascensão da indústria de cosméticos, que estavam em escassez durante a Segunda Guerra, e que tiveram, neste período, o início de seu apogeu na comercialização e publicidade.

Não estamos querendo comparar a pandemia com a Segunda Guerra Mundial, mas o isolamento fez com que boa parte da população usasse as roupas informais com mais frequência, por estar em casa, diminuindo a preocupação com a estética e produtos de beleza.

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A volta gradual das pessoas para os escritórios, shoppings, restaurantes, enfim, para o convívio social, nos mostra que as pessoas querem e precisam estar bem consigo mesmas e com o ambiente que novamente se mostra para elas.

O problema é: muitas marcas desses setores estão sofrendo na retomada, pois apostaram em um cenário mais apocalíptico do que efetivamente está acontecendo. A própria indústria de tecidos para vestuário não previa uma demanda tão grande nesta retomada e a falta de produtos tem, até mesmo, pressionado os preços dos tecidos para cima. Foram poucas as empresas que apostaram em um crescimento no período.

Mas é preciso olhar com carinho para as oportunidades para estas categorias no futuro. Embora haja uma demanda reprimida, os consumidores têm, sim, mudado o seu comportamento e a sua relação com marcas, produtos e serviços que consomem.

A mesma pesquisa mostrou que há aqueles consumidores mais tradicionais, que buscam por marcas mais tradicionais e os canais tradicionais de compra. Mas há novas vertentes, há os que não enxergam fronteiras entre o físico e o digital na hora da compra, há os que buscam por tecnologias disruptivas em produtos e serviços e aqueles que buscam produtos que respeitem a natureza, seja em ingredientes e matérias-primas, seja na forma de produção mais sustentável.

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Trazendo para nossa realidade, o que temos percebido em Serra Talhada e região, é um crescimento desse consumo, que veio com a facilidade e o comodismo do serviço de delivery. Tanto as empresas que já atuavam na área aumentaram suas vendas, quanto as novas empresas que abriram, aproveitando a oportunidade para empreender, encontraram uma lacuna e se destacaram em vendas significativas.

E você, apostaria no Consumidor do Amanhã?