selo-farolFotos: Farol de Notícias / Alejandro García 

Os encontros entre Serra Talhada e os imigrantes que aqui aportaram têm levado o FAROL DE NOTÍCIAS a países cada vez mais distantes. O personagem de hoje é Gutemberg Maia Kramer, 60 anos, natural da cidade de Grutensvvisk, mais conhecida como Smolensk, na Rússia (em russo grafa-se Смоленск).

Em visita a redação do FAROL, Kramer revelou que foi militar da Marinha russa e em seu país começou uma grande paixão, o motociclismo. Segundo ele, graças as viagens na Marinha e ao motociclismo conheceu 176 países, aprendeu 16 idiomas, e teve quatro filhos: um filho australiano, um alemão, uma filha ucraniana e outra russa.

“O Maia veio da minha mãe, porque ela é brasileira, nasceu em Limoeiro do Norte – Ceará e serviu na Segunda Guerra em um navio como enfermeira, lá meu pai foi ferido de guerra e foi para o navio preso, eles fugiram juntos e constituíram família. Eu me formei em engenharia mecânica e conheço o Brasil há 25 anos, por definitivo estou há oito anos e em Serra há um ano e meio. Quando vim a primeira vez nos anos 80 para 90 porque estavam precisando de alguém que tinha especialidade em solda submersa. Estive em Recife, Rio de Janeiro, Manaus, Rio Grande do Sul, Paraíba, Natal e Piauí, sempre vinha e voltava para a Rússia”, afirmou Kramer detalhando sua história:


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“No início eu tive problemas para ficar no país, mas eu requeri a nacionalidade. Bati de frente, mas também jurei ordens que ficaria aqui sob às ordens do meu país como militar, como civil não. O destino me trouxe a Serra, namorei pela internet com minha atual mulher, a Lia. Um belo dia resolvi conhecer, sai de moto com R$ 250 e a roupa do corpo e até hoje não consegui voltar, sou muito feliz aqui. Tudo é muito diferente, fui hospitalizado duas vezes com desidratação, sofro muito com o calor. A comida eu não estranhei por causa da minha mãe e o linguajar me deixa preocupado eu estudo para não interpretar mal e não ser mal interpretado”.

De acordo com o motociclista seu visual típico chamou atenção para divulgar os grupos de motos em Serra Talhada. “Eu entrei depois da minha primeira guerra civil na Rússia com a Ucrânia, tinha 12 anos e depois meu pai me iniciou no motociclismo russo e nisso fui galgando os graus do motociclismo e viajando 176 países, um bocado de quilômetros e já fazem 41 anos que sou motociclista e hoje sou considerado ‘cão sem dono’, que é um passo para se tornar uma lenda, que é o mais alto grau. Eu participo de todos os grupos, se assim concordarem, mas nenhum é seu e às vezes me consultam por eu ser mais velho. Sou sempre assim, essa é a minha segunda pele”.

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