Do Estado de Minas
As mulheres negras grávidas nas Américas sofrem maus-tratos, devido ao “racismo generalizado” no sistema de saúde. O risco de morte durante o parto é muito maior do que o das mulheres brancas, por exemplo, particularmente nos Estados Unidos, Brasil e Colômbia, denuncia a ONU em um relatório publicado nesta quarta-feira (12).
As mulheres negras grávidas nas Américas sofrem maus-tratos, devido ao “racismo generalizado” no sistema de saúde. O risco de morte durante o parto é muito maior do que o das mulheres brancas, por exemplo, particularmente nos Estados Unidos, Brasil e Colômbia, denuncia a ONU em um relatório publicado nesta quarta-feira (12).
Essa mortalidade materna “persiste independentemente da renda ou do nível de educação”, detalha o relatório.
As mulheres negras têm 2,5 vezes mais risco de morrer no parto no Suriname, e 1,6, no Brasil e na Colômbia.
Essa alta mortalidade materna entre mulheres negras nas Américas é frequentemente atribuída ao “fracasso individual em receber atendimento médico oportuno, ao estilo de vida questionável, ou à pré-disposição hereditária”, “ideias falsas” que o UNFPA “rejeita categoricamente” e que se devem, principalmente, ao “racismo e sexismo generalizados”.
“O flagelo do racismo contra mulheres e meninas negras, muitas delas descendentes de vítimas da escravidão, continua nas Américas”, denunciou a chefe da agência, a panamenha Natalia Kanem, em um comunicado.
Em geral, mulheres negras e meninas adolescentes estão em desvantagem “antes, durante e depois da gravidez”, afirma o relatório.
O UNFPA denuncia, sobretudo, os preconceitos que persistem nos currículos das faculdades de medicina.
Existe uma crença errônea de que as mulheres negras suportam melhor a dor, por isso muitas vezes são privadas de anestesia durante o parto ou de analgésicos, porque estariam “suscetíveis a se tornarem dependentes”, denuncia o relatório.
As consequências da negligência de que são vítimas é que estas mulheres enfrentam maiores complicações durante a gravidez e em cuidados diferenciados, “que muitas vezes levam à morte”.
A agência lamenta a ausência de dados raciais em alguns países, o que torna essas diferenças “invisíveis”.