Do Diario de Pernambuco 

A ONU anunciou, nesta sexta-feira (27), que espera até meio milhão de refugiados afegãos adicionais em 2021, embora nenhum êxodo tenha sido constatado até o momento.

“Em termos numéricos, nos preparamos para cerca de 500.000 novos refugiados na região. Trata-se do cenário mais pessimista”, disse a alta comissária adjunta da agência da ONU para os Refugiados (Acnur), Kelly Clements, ao apresentar o plano regional de preparação e de intervenção para os refugiados afegãos.
“Não se pode esquecer que mais de 2,2 milhões de afegãos já estão no Irã e no Paquistão e que fugir, às vezes, não só é o último recurso, como também a única opção que as pessoas têm para sobreviver e desfrutar dos direitos humanos mais fundamentais”, acrescentou.
Irã e Paquistão também abrigam outros três milhões de afegãos com diferentes “status”, incluindo muitas pessoas em condição ilegal, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
Este plano prevê uma convocação de recursos de US$ 299 milhões para financiar, este ano, as atividades de várias agências da ONU – como o Acnur, o Programa Mundial de Alimentos (PMA/ONU) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) – e de ONGs parceiras das Nações Unidas.
“Um financiamento maior e imediato nos permitirá estabelecer reservas de suprimentos de socorro e estarmos preparados para uma intervenção de emergência”, explicou Clements.
“Embora não tenhamos constatado nenhuma saída significativa de afegãos neste momento, a situação no Afeganistão evoluiu mais rápido do que qualquer um poderia ter previsto. Por isso, temos de estar preparados para enfrentar qualquer eventualidade”, insistiu.
Mais de 558.000 afegãos se viram obrigados a se deslocar dentro de seu próprio território este ano, juntando-se aos 2,9 milhões de habitantes já estimados como deslocados internos em todo país até o final de 2020, acrescenta o Acnur.
“Sabemos que o aumento da insegurança e da violência levou ao deslocamento (interno) de mais de meio milhão de afegãos somente neste ano, sendo 80% deles mulheres e crianças”, disse Clements.