O último dia 19 de novembro foi celebrado o Dia da Bandeira. Em nossa cidade, só não passou imperceptível porque algumas emissoras de rádio e poucas escolas fizeram o registro. Prá mim, este dia é por demais importante uma vez que recebi, como presente de Deus, o meu filho. O ‘carinha’ nasceu no dia da bandeira. Entretanto, escrevo este texto motivado por uma imagem que ficou gravada no meu interior. Em Petrolina, Sertão do São Francisco, o prefeito Júlio Lóssio (PMDB) que derrubou o ‘palanque  de titãs’ com governador e tudo, foi às ruas com a bandeira da cidade em punho. Discursou, caminhou e festejou sempre ao lado da bandeira petrolinense. Um ato de saudosimo? Não! mas uma demonstração de amor e respeito aos munícipes.

Em Serra Talhada, a nossa bandeira é carregada de símbolos. Traz a serra que deu origem a cidade, a força da fé cristã revelada pela cruz, as datas de fundação e emancipação política da cidade e por aí vai. Entretanto, vejo com preocupação que, em pleno século 21, não dispomos de uma ‘bandeira única’. Uma bandeira de luta que venha a unir todos os seratalhadenses. Após as eleições, foram criados ‘guetos’ politicos. ‘Igrejinhas’ e suas paroquias nem sempre santas. Esticamos as cordas do azul e encanardo e não conseguimos sair do campo da provocação. È triste observar, e me baseio em muitas comentários editados neste FAROL, que há um forte desejo do ‘quanto pior, melhor’. Pessoas que não possuem bandeiras e lutam, com persistência, para rasgar a bandeira da cidade. Não o símbolo, mas a possibilidade de construção de algo novo. Um projeto independente e sem a assinatuta dos velhos caciques da política que se encontram no fim da linha da história política de Serra Talhada.

A ausência de bandeiras ou a insistência em empunhar bandeiras do século passado, é colocar na vala do esquecimento os sonhos de uma geração que ainda não foi testada. Uma geração que sempre foi sombra, escada e anteparo para os projetos dos mesmos. Mudamos em quê? Não falo do discurso fácil que quase sempre aparece como bandeiras de vento: aeroporto já, entreposto de cargas, comando de policia, IML, etc. Me refiro a possibilidade de uma construção coletiva de projeto, onde os jovens, principalmente, possam ter voz e serem espelhos.

Às vésperas de completar os meus 50 anos de vida (será em 2013,Ufa!) me sinto estimulado a começar tudo de novo. Mas, sem os velhos vícios e ranços, sem as picuinhas mas com oposição, sem bandeirinhas fúteis mas tal qual Júlio Lóssio,empuhando o nosso símbolo maior na construção de uma cidade de todos e para todos os serratalhadenses.