Por Gootemberg Mangueira, professor serratalhadense.
Ao pé da letra, é um duro e certeiro soco institucional na cara do povo que coloca em xeque a democracia do país. Afinal, para quem ela serve mesmo?
Não vejo os brasileiros “mortais” com esses privilégios. Pelo contrário, está cada vez mais difícil viver neste país. E Se um pobre for condenado pela justiça, imediatamente é algemado e levado para cadeia. E na prisão irá “desfrutar” de todas as “infernagens” que o lugar oferece, principalmente a superlotação- problema crônico no sistema carcerário brasileiro.
O artigo l da Declaração dos Direitos Universais do Homem diz o seguinte: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”. Espírito de fraternidade, no Brasil, existe de pobre para pobre e de rico para rico. Quanto ao nascerem livres e iguais em dignidade e direitos, quem sabe daqui a uns 500 ou 600 anos isso aconteça.
Especialistas no assunto afirmam que o Supremo Tribunal Federal perdeu uma enorme chance de entrar para a história do país. Ver os mensaleiros na cadeia seria o sonho da maioria do nosso povo. O ministro paulista de Tatuí, Celso de Mello, nomeado pelo então presidente Sarney ( dono do Maranhão), hoje, grande aliado de Lula e do PT, foi o último a votar e fechar o caixão da ética e da moral no país, frustrando a todos, dando mais uma chance aos chefes dessa selva de injustiças chamada Brasil, que ditam por debaixo e por cima dos panos, o que o país deve e o que não deve fazer para continuar sendo a desgraça que é.
Aqui quem manda são eles. As leis brasileiras foram elaboradas de forma a se adaptarem aos esquemas de corrupção e toda sorte de sacanagem que existe no meio político e fora dele também. Pergunto a vocês, caros leitores: a lei que confere ao presidente da república o direito de escolher os ministros do STF, a instância maior do Poder Judiciário no Brasil, sugere ou não um futuro apoio desses ministros ao chefe do executivo, caso ele e seus aliados cometam alguma irregularidade?
Quem acha que nesse julgamento não houve uma política compensatória? Então, meus amigos, que democracia é essa? Montesquieu disse que os três poderes (Legislativo, Judiciário e Executivo) são independentes e harmônicos entre si. Independentes? Talvez na França, terra no nobre iluminista.
O advogado de José Dirceu disse que a decisão de Celso de Mello foi uma vitória do estado democrático de direito. Não vejo assim. A classifico como uma derrota imposta à sociedade brasileira, um retrocesso que debilitou a esperança de vermos um país mais justo, mais decente no que se refere à atuação da justiça em crimes como esses do mensalão e em outros de menor porte.
Está mais do que na hora de recomeçar as manifestações de rua, pois os políticos estão esquecendo-se das reivindicações feitas pelo povo no último movimento. Dessa vez, precisamos dar um enfoque maior ao comportamento lamentável do Poder Judiciário que vem imitando os outros dois (Executivo e Legislativo) no que diz respeito às decisões que visam os benefícios próprios e dos poderosos aliados, os privilégios absurdos e uma série de imoralidades que maculam a imagem do País, revoltando a sociedade.
A verdade é que da forma como atuam os três poderes, inflige, aos brasileiros pobres que estão mais afastados do “palácio”, a amargura de viver uma falsa cidadania, de saber que os seus direitos básicos são negados, enquanto os “amigos do rei” gozam de regalias sustentadas pelo o povo.
7 comentários em OPINIÃO: Após o mensalão, tenho certeza que o Brasil não é um país sério