eugênioEugênio Marinho é engenheiro e empresário em Serra Talhada

Fico imaginando se a eleição para presidente do último dia 26 estivesse empatada e houvesse apenas uma eleitora para votar, a jovem democracia brasileira.

Eleitores de Aécio e Dilma exaltariam o seu livre direito de escolha, até ela optar por um dos dois.

Feita a sua escolha, por um ou outro candidato, pelo que foi observado nas ruas e redes sociais do Brasil, membros dos eleitores de ambos, procurariam desqualificar seu voto.

O que era um direito, por contrariar interesses de alguns fanáticos, passaria a ser um voto de elite ou um voto de nordestino burro. Várias verdades foram depositadas na urna e ela sabiamente expressou uma única verdade, a consensual, estamos divididos, 51,64% para Dilma X 48,36% para Aécio, em ordem de grandeza, meio a meio.

Há uma percepção de melhora na vida brasileira nos últimos vinte anos? Há. Ela foi decorrente da estabilidade da moeda? Foi. A ampliação das políticas assistenciais contribuíram também para esta melhora? Contribuiu, e muito.

Há muito desvio de dinheiro público no país? Há, o mesmo dinheiro que colocado nos paraísos fiscais, nos faz falta aqui. Há um sentimento de impunidade no Brasil? Sim, imenso. Existe muita insegurança no país? Sim. A educação é de qualidade? Não. A saúde pública, funciona adequadamente? Não. A nossa infraestrutura é condizente com a força do nosso setor produtivo? Não.

Com estas verdades, o resultado das eleições não poderia ser diferente, ele só poderia mostrar, independente de quem ganhasse, uma divisão acirrada, aliás, a mais acirrada da história da nossa jovem democracia.

Ganhar uma eleição nas urnas é algo que deve ser comemorado com equilíbrio, exatamente como faz alguém que recebeu um bilhete para assistir um filme, pois só se sabe se valeu a pena ter ganho o bilhete, após assistir o filme. A cidadania brasileira só resta pedir, a jovem democracia, desculpe o transtorno, estamos em construção.