Por Gonzaga Patriota, deputado federal

As mulheres sempre foram discriminadas e, principalmente quando se tratava de correlação com atividades paralelas com os homens. Um grande exemplo que marca a história da luta das mulheres no mundo é o dia 8 de março de 1857, quando operárias norte-americanas que trabalhavam 16 horas por dia, com salários correspondente a 30% dos salários dos homens, em uma fábrica de tecidos, em Nova Iorque, entraram em greve, reivindicando melhores condições de trabalho, tais como: redução na carga diária de trabalho para dez horas, equiparação de salários com os homens e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano. Lideranças democráticas de vários países apresentaram protestos contra esse absurdo, porém, somente em 1975, a ONU oficializou o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher. A fixação da data é o reconhecimento e o coroamento de um longo processo de lutas, organização e conscientização das mulheres.

Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho, desvantagens na carreira profissional, dentre outras, em relação aos homens. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.

No Brasil, a coisa não era diferente, aliás, os direitos das mulheres ainda hoje não são totalmente reconhecidos em relação aos direitos dos homens. Para se ter uma idéia, somente em 1932, no governo Getúlio Vargas, isto é, há 80 anos, é que as mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar. Durante grande parte da história do país, as mulheres não tiveram participação na política, pois a elas eram negados os principais direitos políticos como, por exemplo, votar e ser votadas. Nas eleições de 1933, a doutora Carlota Pereira de Queirós foi eleita, tornando-se a primeira mulher deputada federal brasileira.

Na época, esse direito foi obtido por meio do Código Eleitoral Provisório, de 24 de fevereiro de 1932. Mesmo assim, a conquista não foi completa. O código permitia apenas que mulheres casadas (com autorização do marido), viúvas e solteiras com renda própria pudessem votar e ser votadas.No final do último século, as mulheres começaram a governar algumas das centenas de nações do planeta, a exemplo do Chile, Alemanha, Argentina e Brasil.

No primeiro dia de 2011, a nação brasileira acordou com uma grande expectativa. O país estava todo voltado para a primeira grande notícia do ano. As ruas da capital nacional estavam tomadas pela multidão que carregava em seu semblante a emoção de presenciar um momento ímpar na história do país: a posse da primeira presidente do Brasil, Dilma Rousseff. Hoje o Brasil tem mais mulheres que homens. Elas ocupam cada vez mais espaço no mercado de trabalho. E, para se ter uma idéia, já são responsáveis por um quarto dos domicílios brasileiros.
Parabéns as mulheres do meu Brasil e do mundo, neste 8 de março.