Por João Nunes, serra-talhadense que mora em Sergipe

Conterrâneos, estou afastado de Serra Talhada há mais de sete anos por razões profissionais, mas procuro permanecer a par dos acontecimentos na nossa querida terrinha. As ferramentas que utilizo quase que diariamente são este brilhante FAROL, do meu amigo Giovanni e a Rádio A Voz do Sertão, mais especificamente os seus programas jornalísticos locais.

Às vezes fico indignado com o que ouço de entrevistados, muitos deles meus amigos de adolescência. Por que essas pessoas, matutos como eu, têm que falar o “X” no lugar do “S” (excola, exporte, expetáculo…)? Até no terço que escuto nesse exato momento estão atropelando o nosso lindo “sertanês” (Jesux, Deux).

Já escutei entrevista com coordenador de Grupo de Xaxado, que representa a diversão predileta do caboclo roceiro do início do século, enveredando por esse vício. Tem um vereador, também amigo meu, que é “danadim” pra flutuar pelo “Recifanês”.

Resolvi me meter nessa seara, não objetivando a simples crítica a essas pessoas, que têm o livre arbítrio pra falarem da forma que acharem melhor; me incomoda tão somente a demonstração que fica latente da falta de orgulho de nossos símbolos enquanto sertanejos, sendo um deles, sem dúvida o nosso jeito de falar,  nosso sotaque.

Por que abrir mão desse rico simbolismo. Gente, não somos cariocas nem recifenses, somos SERTANEJOS, oriundos da região com o maior potencial poético e cultural do mundo, quem quiser que tente nos imitar. Muitas de nossas fraquezas estão relacionadas à  desvalorização que propiciamos às nossas raízes…não tem pra quê, nem por quê…

Um abraço e até a próxima!