Giovanni SáPor Giovanni Sá, jornalista e editor do Farol de Notícias

Atrevo-me, neste final de ano, traçar algumas mal tecladas linhas sobre a minha cidade e o seu desenvolvimento. Me senti tentado. Por força do ofício, passei quase todo 2015 limitado a relatar fatos e tive o cuidado de não fazer julgamentos precipitados. Pois bem. Agora vou dar a cara a tapa fazendo um breve rascunho sobre a gestão do prefeito Luciano Duque. Aliás, tenho a impressão que este ano não vai deixar saudades, mas bons exemplos.

Temos que reconhecer que o prefeito fez de tudo para avançar com a sua proposta para a Capital do Xaxado. Foi bem articulado em Brasília, bateu em várias portas ministeriais, avançou com obras estruturadoras em alguns bairros – a exemplo da Malhada, Mutirão e Caxixola – enfim, o prefeito, que diz ainda amargar uma ‘herança maldita’ fez o que estava ao seu alcance. Portanto, não pode ser rotulado de ‘acomodado ou preguiçoso’. Rótulo este que alguns ex-prefeitos carregam até hoje.

Mas tenho a certeza que o prefeito petista carregou na tinta quando o assunto foi preparar o caminho para reeleição. Exagerou. 2015 vai terminar como síntese dos três anos do governo do PT e o sepultamento, em definitivo, de algumas promessas de campanha: Hospital Municipal, Anel Viário, Upa 24 horas, Teatro Municipal, Parque Ambiental… nada disso sairá do papel porque 2016 será uma ano ‘engessado’ por conta da lei eleitoral.

Ao invés do prefeito preparar o terreno para justificativas ao eleitorado, preferiu trilhar pelo caminho da ‘política do baixo clero’, cooptando adversários, ofertando sinecuras e alimentando uma falsa rede de otimismo por secretários que ainda não justificaram os seus salários.

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2015 foi o ano em que Duque exagerou no populismo porque só pensa na reeleição. O segundo semestre deste ano foi de amarguras. E não vale botar toda a culpa no governo federal. Não vale. Faltou gestão e equilíbrio fiscal por desorganização do próprio governo. Ao invés de se debruçar na resolução dos problemas, o prefeito preferiu distribuir o “L” como símbolo de austeridade, comer no chão com criancinhas e outras esquisitices.

Não é a toa que o ano termina envolto por uma nuvem de aproximação com o seu principal adversário, Sebastião Oliveira. Simples: o prefeito não fez outra coisa a não ser pensar na reeleição. Ainda bem que este instrumento esdrúxulo chegou ao fim. Boa sorte, meu prefeito! Feliz Ano Novo para todos nós.