Por Eugênio Marinho, empresário

Hoje, estão nascendo vários brasileiros: ricos, pobres, negros, brancos, em regiões desenvolvidas, em regiões atrasadas, frutos de uniões estáveis, frutos de relações superficiais. Durante suas existências, todos são igualmente brasileiros, mas só na nacionalidade, pois nas oportunidades, definem um largo espectro, que vai desde os que não têm quase nenhuma e se marginalizam, sendo punidos na forma da lei pelos seus erros, até os que têm a grande oportunidade de intervir diretamente nos destinos do Brasil e para os quais, a punição, aos graves erros cometidos, inexiste, pois a lei assume, para eles, a forma que lhes convém. Os primeiros prejudicam os que cruzam seus caminhos, os últimos, prejudicam o caminho de todos à civilização. Sem qualidade de vida para todos, efetivamente, somos um país pobre, mesmo sendo a sexta economia do mundo.

Durante suas existências, todos são igualmente brasileiros, mas só na nacionalidade, pois nas oportunidades, definem um largo espectro, que vai desde os que não têm quase nenhuma e se marginalizam, sendo punidos na forma da lei pelos seus erros, até os que têm a grande oportunidade de intervir diretamente nos destinos do Brasil (…)

Muitos ficarão pelo caminho, fruto do envolvimento com o bandidismo conscencioso, decorrente do mal exemplo de tantas autoridades, ou, vítimas dele. Todos percebem através da impunidade reinante, diante da desvalorização do mérito e da falta de oportunidades, que este é um país de muitas incertezas. Hoje, também, muitos brasileiros estão fechando seu ciclo de vida: ricos, pobres, negros, brancos, em regiões desenvolvidas, em regiões atrasadas, frutos de uniões estáveis, frutos de relações superficiais. Todos, igualmente, se vão, como talvez nunca tenham sido tratados, como brasileiros ao longo da vida. Todos, igualmente, deixam para seus filhos e netos, como herança maldita, a insegurança social, que dependendo em que extremo estejam neste espectro, assume a forma de um carro blindado ou de um barraco, mas para todos, representa o mesmo risco, perder o maior bem, a vida.

Os primeiros prejudicam os que cruzam seus caminhos, os últimos, prejudicam o caminho de todos à civilização. Sem qualidade de vida para todos, efetivamente, somos um país pobre, mesmo sendo a sexta economia do mundo.

Desde o descobrimento do Brasil é assim, e ainda não fomos capazes de entender que o melhor da vida é a vida que poderíamos levar aqui, e francamente falando, nenhum brasileiro, que não seja alienado ou mau caráter, pode verdadeiramente achar que vive bem e não se indignar, cercado de tanta miséria, de tanta hipocrisia, de tanta roubalheira, de tanta insegurança e de tanta impunidade. Este é o nosso pesadelo, retratado no noticiário diário, pela imprensa sempre rotulada de tendenciosa, toda vez que repercute os maus feitos praticados e indefensáveis, por quem deveria ser exemplo. É ele que nos impede, de a noite, em casa, após um dia de trabalho, neste país pobre, de tantas riquezas, nos sentirmos deitados eternamente em berço esplêndido.