Por Sebastiana Nunes da Costa, de Serra Talhada

“Sou pedagoga, psicopedagoga e psicanalista, mas antes de tudo sou mãe e quero aqui externar o meu repúdio e a minha opinião a respeito da polêmica matéria sobre a tenda eletrônica montada como espaço de música alternativa. Me entristece muito, sendo eu uma cidadã serratalhadense, profissional e mãe, ler uma opinião tão disvirtuada e preconceituosa como a que foi publicada no sábado por este meio de comunicação.

Digo isso por ter ido à praça Sergio Magalhães, na ultima sexta-feira (30), acompanhada das minhas filhas para como muitos ali presentes, rever a banda D´gritos que fez parte da história de muitos jovens e adolescentes na década de 80 e tive a oportunidade também de apreciar a tenda eletrônica ali montada como polo de música alternativa.

A DJ que ali estava se apresentando, fez um belíssimo trabalho tocando músicas que em nenhum momento tinham cunho de apelo sexual (ao contrário daquelas músicas tocadas por bandas de forró que nada mais são do que PORNOFORRO) e que muitas famílias ali estavam com seus filhos e filhas dançando ao som dessa música.

Ao som tocado da música da artista Anita, crianças estavam dançando e nesse momento é que volto a falar em preconceito e hipocrisia por parte de alguns ali presentes, que quando alguns jovens do público GLBTS começaram a dançar, vi incrédula a retirada das crianças pelos pais.

Fico pensando até que ponto o falso moralismo desses pais vão influenciar a forma como as suas crianças vão lidar com as diferenças existentes em nossa sociedade, é vergonhoso constatar que o discurso de que todos tem direito a fazer as suas escolhas fica apenas no discurso, pois, as ações mostram que ou somos todos iguais em gênero, ou os que não o forem não servem para conviver com os demais.

Não vi em momento algum essa música atrapalhar o show dos D´gritos, pois nesse momento até a DJ estava assistindo o show. Deixo aqui o meu apoio a organização do evento e espero que em outras oportunidades seja disponibilizado espaços alternativos sim, pois a Festa de Setembro é uma festa democrática, sempre foi assim e deve continuar sendo, pois somos todos filhos dessa terra tão amada e fazemos parte da sua história”.