Por Gilvan Magalhães, Cientista Político com especialidade em Sociologia e Antropologia pela UFPE
A democracia do mundo precisa de dinheiro para ser feita. A democracia precisa de dinheiro para financiar a política. Nós não podemos é inverter, e permitir que a política financie dinheiro ou faça dinheiro. Na América quem dá o cheque maior para a candidatura presidencial assenta ao lado do presidente e tira uma foto com ele.
É uma honra, não é que aquele moço esteja comprando o governante. Não, ele está apostando no regime democrático. No Brasil, há um preconceito da mídia, transparecendo que toda a doação de empresários a partidos políticos é criminosa. A mim, Gilvan Magalhães, não alegra, não gera felicidade em vestir amanhã uma camiseta “Lula, Presidente”, sabendo que aquela camiseta que coloco no meu corpo tira do velho no hospital o remédio de que ele precisa.
Eu não quero botar uma corneta de som no meu carro, sabendo que vou tomar de uma criança a vaga na escola. Eu não quero estender uma faixa, um outdoor, sabendo que aquele dinheiro público que vai para aquela faixa, aquele outdoor, vai tomar o prato de comida do pobre que não tem.
Se fôssemos um país rico, tudo bem. Se viesse o financiamento público para impedir o caixa dois, tudo bem. Mas, isso não acontece, ele vai somar crime. O crime do dinheiro do imposto. Roubar do pobre a favor do presidente, do governador, do senador, do deputado, do vereador e do prefeito.
Crime do caixa dois que vai continuar a existir.