Por Luciano Menezes, Historiador

Ai ,que vergonha.[1]Ultimamente tem ocorrido uma prática infinita de nomeações de “cidadãos” pelas câmaras de vereadores em diversos municípios. O frívolo comportamento do legislativo não parece ser nem um pouco concernente aos interesses do povo. Montesquieu afirmava que para se aproximar da liberdade deve haver uma separação entre o Executivo e o Legislativo.

Contraditoriamente uma luta girando em torno de pretensões individuais e de domínios políticos, trata-se, a priori, de interesses pessoais, e assim, o poder político legislativo serve de mero instrumento para a realização e a obtenção desses poderes. Nos inúmeros privilégios obtidos por alguns poucos que detém o poder, através dessas ações inúteis de nomeação caem os “pedaços de pão”, ora da mesa do Executivo, ora da mesa dos parlamentares, onde irão nutrir os pequenos “cachorrinhos” do Legislativo.

Nessa antinomia, no dia a dia das câmaras, observamos os entraves para as leis que beneficiam setores não privilegiados. Nessa contradição absurda, homens apresentam seus próprios interesses sob o disfarce da outorga da cidadania, servindo-se dessa roupagem ideológica e mantendo uma submissão do Legislativo e conservando, consequentemente uma longa distância entre as câmaras e os reais interesses sociais.

Nesse jogo infindável, todos os fatos relevantes e concretos, que deveriam ter uma maior ênfase continuam sendo ignorados e as explicações que sempre dizem buscar soluções, não passam de meras ficções, regidas pelas ilusões jurídicas da lei.