eugênioPor Eugênio Marinho, empresário serratalhadense

Cada país tem um jeito próprio de caminhar na linha do tempo. Todos o fazem, essencialmente, utilizando duas pernas, a do setor privado e a do setor público.

Ambas, têm seu sincronismo coordenado pelos valores e pelos aprendizados de cada nação ao longo da sua história. O fato é que todos os homens de bem de qualquer país desejam vencer esta caminhada, chegar a civilização e lá se manter.

É consenso também entre eles, o desejo de que todos que prejudiquem esta caminhada sejam exemplarmente punidos, ou seja, uma justiça independente para julgar qualquer cidadão de um país é  premissa a aqueles que desejam chegar a civilização.

Qualquer modelo que se utilize para tentar fazer com que esta caminhada tenha sucesso, sem que haja punições exemplares para os que infrinjam o mesmo, será totalmente idêntico sobre a ótica da ineficiência.

Estas duas pernas, o setor privado e o setor público, são muito mais interdependentes do que pressupõem as simplistas discussões  fanáticas, filosóficas  ou populistas sobre qual delas deve se sobrepor sobre a outra. Ou as duas têm eficiências parecidas ou o desempenho do caminhar é comprometido, tanto mais quanto maior for esta diferença.

Duas pernas com uma grande diferença entre seus tamanhos jamais produzirão um andar sustentável e harmonioso. Um PIB que é o 7º lugar do mundo, gerado principalmente pelo setor privado,e um IDH que é o 79º, gerado principalmente pelo setor público, só pode produzir um caminhar cambaleante.

Estes números, no caso do Brasil, diante da realidade de desmandos que vivemos, não deixam dúvida de qual perna precisa de um tratamento imediato, de uma intervenção da justiça. Aqui, cabem dois registros, um de agradecimento ao juiz Sérgio Moro,  condutor da operação lava jato, e um de protesto, por vê  juízes da mais alta corte do país, o STF,  serem  escolhidos, predominantemente, por critérios políticos.

O jeito de caminhar de cada país, na passarela do mundo,  é a evidência mais concreta do acerto ou não dos seus cidadãos na busca do  sincronismo ideal entre o setor privado ou público que constituem.

Neste desfile, países conduzidos por extremistas, populistas ou capitalistas radicais, que só sabem dizer, a culpa é das elites ou o povo que se exploda, quando entram na passarela, a luz da verdade mostra seus graves defeitos no caminhar.

Como brasileiros, filhos do Brasil, vivemos com o mesmo sentimento de um filho,  que ama quem lhe deu origem, mas que ao mesmo tempo se entristece ao vê-lo cambaleando na linha do tempo, na passarela do mundo.