eugênioPor Eugênio Marinho, empresário de Serra Talhada

Na sua opinião, qual dos três poderes, executivo, legislativo ou judiciário, conta com os melhores quadros em termo de qualificação profissional? Qual deles consegue despertar em nossos jovens bons estudantes o interesse de fazer parte do seu quadro? Por que? Se você respondeu judiciário para as duas primeiras perguntas e porque paga bons salários para a terceira, estamos sintonizados nesta percepção.

Se a PF, o MPF e os diversos órgãos compostos pelos juízes não sofressem influência da política, se fossem do Brasil, escolhido apenas pelos seus pares, tendo seus mais altos cargos ocupados por aqueles profissionais de conduta ilibada, acredito que a nossa realidade seria outra.

Há democracia na escolha dos membros do judiciário, ou seja, qualquer brasileiro pode ser delegado da polícia federal, procurador ou juiz? Pode, desde que demonstre capacitação, obtenha as melhores notas nos testes de seleção.

Por que prefeito, governador, presidente, vereador, deputado estadual, federal e senador pode ser qualquer um, sem a menor necessidade de provar que tenha qualificação para exercer estes cargos de gestão ou de legislador? Por que não deixar o povo escolher entre aqueles que atendam pré-requisitos de qualificação compatíveis com as exigências dos cargos que vão exercer?

Estes dois poderes, o legislativo e o executivo, pagam, oficialmente, menores salários aos seus integrantes do que o judiciário, não atraem nossos jovens bons estudantes, com raras exceções atraem o que há de pior em nossa sociedade, custam na prática bem mais do que este último e são sem dúvida os maiores responsáveis pela eterna realidade brasileira.

O procurador Janor disse ontem em sua sabatina, que para termos uma Brasil melhor, mais republicano, mais justo para todos, o pau que bate em Chico deve bater também em Francisco. Eu, particularmente, concordo com ele e parafraseando o mesmo diria: O pau que bate no judiciário deveria bater também no legislativo e no executivo. Esta seria a única forma de banirmos da política esta corja de oportunistas, aproveitadores desqualificados, que se apoderaram do nosso Brasil.

Como escolhemos um médico? Um pedreiro? Uma cozinheira? Um profissional qualquer? Pela competência que cada um demonstra na sua área. Como são escolhidos os nossos políticos? Com raras exceções, pela capacidade de mentir e enrolar. Dentro deste modelo qualquer discussão é uma grande enganação.