Por Eugênio Marinho, empresário e responsável pela parte elétrica da Adutora do Pajeú

Quantos gritos foram dados? Ninguém se arrisca a dizer. Quem começou a contar já se foi, deixou a esperança, para filhos e netos continuarem a viver. A esperança, na importância de sempre gritar e acreditar, que um dia, justos ouvintes iriam escutar. Tantos ouviram, fingiram não entender. O problema parecia estar sempre tão longe, desconsiderar, por muitos anos, pareceu a mais cômoda e correta atitude a se defender.

Um dia, alguém resolveu finalmente escutar, entender e aos outros explicar, que o problema longínquo, muito perto parecia estar. Nos arredores das grandes cidades, nas suas praças, suas avenidas, nas moradias dos bairros nobres, nos palácios de governo, suas consequências pareciam efetivamente chegar, muito perto de quem deveria, sempre a voz do povo escutar. Vindo de longe, “Seu doutor, me dê licença. pra minha história contar. Hoje eu tô na terra estranha, é bem triste o meu penar.

Eu já fui muito feliz, vivendo no meu lugar. Eu sou filho do Nordeste, não nego meu naturá. Mas uma seca medonha, me tangeu de lá prá cá, ou dos arredores, “Somos todos iguais. Braços dados ou não. Nas escolas, nas ruas. Campos, construções. Caminhando e cantando e seguindo a canção, com a cara do seu lugar, cara de excluído, caras de sofridos, caras de quem ali não precisariam estar, bastava alguém, há anos, terem lhes ouvido gritar.

Esta propositada surdez, para os problemas dos que estavam longe ou excluídos escutar, fez a grandiosidade de um país, em apenas pequenas regiões e poucas pessoas se concentrar. A realidade destes centros, que hoje mostram graves problemas a se acumular, é na verdade, o grito do Brasil, a todos a alertar, que ou somos, como brasileiros, todos igualmente com respeito, oportunidades e punições, tratados, ou ninguém, com segurança e qualidade de vida, aqui vai morar.

Presidenta Dilma Roussef, Governador Eduardo Campos e demais autoridades, que contribuíram para viabilização desta obra, justos ouvintes, continuem assim, sensíveis aos gritos justos. Agora, é a nossa vez de sermos justos e gritarmos: muito obrigado pela adutora.