Publicado às 05h10 desta segunda-feira (15)

Por Jorge Apolônio, Policial Federal e integrante da Academia Serra-talhadense de Letras (ASL)

Em seus primeiros cem dias de governo, Bolsonaro cumpriu mais do que Dilma e Temer no mesmo período e fez de tudo um pouco no varejo, sempre objetivando reduzir o tamanho do Estado, já que este não cabe mais no orçamento: baixou o número de ministérios de 39 para 22, nomeou ministros por competência e não por indicação política, abriu a caixa preta do BNDES, cortou verbas de publicidade (para desespero da Imprensa), disciplinou a lei Rouanet (para a revolta dos artistas esquerdistas), privatizou linha férrea, portos e aeroportos etc, etc. Se for citar tudo, ficará longo e enfadonho o texto. Procurem na mídia.  Já no atacado, encaminhou para o Legislativo a Reforma da Previdência e a Lei Anticrime.

Sabemos que nas democracias existem 4 e não 3 poderes: o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e a Imprensa. O nosso Executivo tem feito o que o candidato eleito prometeu em campanha que faria. Quem votou nele o elegeu para isso. A Imprensa, que é de esquerda e, por ser Bolsonaro de direita, não o queria, não o perdoa. Faz-lhe uma guerra diária por tudo o que ele diz, faz ou deixa de fazer. Tem sido uma atitude insana para derrubar o conceito de seu governo e sua popularidade, e assim minar sua gestão. A Imprensa tem logrado algum êxito nesse crime de lesa-pátria, mas não por muito tempo. Cem dias são insuficientes para derrubar um governo que não comete crimes e põe em prática o que prometeu em campanha, com algumas raras exceções, como a extinção da TV Brasil, por exemplo. Prometeu e não extinguiu, juntou-a com a NBR. Seu eleitorado quer a extinção de ambas.

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O Judiciário, apesar do STF militante e legislador, ainda não tem feito oposição ao governo Bolsonaro. Mas é bom estar preparado para tal fato. Com parte da composição esquerdista que tem, uma hora o Judiciário fará seu contraponto ao governo. Alguns do Legislativo não param de provocá-lo para isso.

Como se sabe, os poderes são independentes e harmônicos, ou deveriam ser, mas, no Brasil, criou-se um modelo de gestão chamado de “presidencialismo de coalizão”, que é o grande responsável por essa tragédia em que o país se encontra. O Legislativo se oferecia, mas não de graça, ao Executivo, e este, para governar, cooptava o Legislativo, que cobrava caro pelo seu apoio. Essa relação promíscua deu no que deu: corrupção generalizada e falência do país. Pois bem, ciente disso, um chefe do Executivo, que foi eleito para combater essa imoralidade e que se nega a isso que determinados parlamentares eufemisticamente agora chamam de ”interlocução”, tem sido pressionado diariamente por esses promíscuos que sobraram da varredura eleitoral a voltar àquela velha prática indecorosa e suicida.  Por se opor a isso, embora corretíssimo, o Executivo tem sofrido todo tipo de crítica daqueles que não percebem que o tempo dessa prática nefasta acabou.

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O Executivo entregou ao Legislativo dois projetos de lei essenciais para a recuperação do país: a Lei Anticrime e a Reforma da Previdência. Os maus parlamentares que ainda insistem na prática do toma-lá-dá-cá, e não são poucos, têm feito todo tipo de pressão junto ao Executivo para obter algum benefício para aprovar os projetos. Como não têm tido êxito, eles reclamam da “falta de interlocução” do Executivo. É assim que eles chamam a falta de oportunidade para propor safadezas, e Bolsonaro chama de velha política. Por não obterem benefícios, esses determinados parlamentares vão criando todo tipo de dificuldade e empurrando as reformas com a barriga em detrimento do país. Eles só pensam em si e em como viabilizar a próxima eleição.  O país, o povo, isso é só um detalhe.

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Concluindo:  se os poderes são independentes e harmônicos, cabe ao Executivo mandar o projeto de lei para o Legislativo e este aprovar ou reprovar, e assumir as consequências de suas decisões perante a nação que o elegeu e não ficar vergonhosamente tentando obter benesses de um Executivo já falido por essas práticas perniciosas que o povo abomina. Esse mau-caratismo é danoso ao país. Infeliz o povo que elege parlamentares dessa péssima estirpe.