Afirmando que não apresentam sintomas até o momento e cobrando por que não foram testados pela Prefeitura, o pai e a avó do bebê serra-talhadense com covid-19 que se encontra na UTI do Hospital da Restauração, em Recife, negaram que estão contaminando locais públicos em Serra Talhada.
O fato ocorreu nesta quarta-feira (15). Ao longo do dia, áudios e fotos foram compartilhados anonimamente nas redes sociais dando conta de que o pai da criança, que é menor de idade, estaria espirrando e melando maçanetas de portas de propósito no bairro da Borborema, onde vive.
O fato acabou gerando preocupação entre moradores, que cobraram a intervenção da polícia no suposto ataque à saúde pública.
“Meu filho está com a Covid-19, está no Recife, mas eu não sei se ele saiu com essa doença daqui [de Serra Talhada] ou se pegou lá, entendeu? Não foi confirmado que eu estou com a doença, não foi feito [em mim] nenhum exame ainda e tem muita gente divulgando coisa minha aí, mas é tudo fake”, disse o pai.
“Quero falar que estão ligando para denunciar que a gente está saindo de casa, mas a gente não está”, reforçou a avó do bebê em mensagem enviada ao Farol, continuando:
“A gente está isolado e trancado, entendeu? Do jeito que nos foi pedido. Tem muita gente desocupada que não tem o que fazer e está denunciando, ligando para rádio, ameaçando vir com polícia”.
“NÃO FIZERAM TESTES NA GENTE”
A avó da criança alerta que ninguém da família foi testado até agora pela Secretaria Municipal de Saúde e cobra do governo municipal uma atuação neste sentido.
“Como é que se exige da gente ficar trancado e isolado, só que eles [Prefeitura] não têm certeza que a gente está infectado. Eles [Prefeitura] acham que a gente está. Então, por que não fazer exame em toda a família? O correto seria esse. Se a gente teve contato com a criança e se eles [Prefeitura] tem dúvida, não era somente isolar, deveria caçar uma forma de saber realmente se há infectados na casa”, desabafou.
O QUE DIZ A SECRETARIA DE SAÚDE?
A reportagem do Farol conversou com a secretária de Saúde, Márcia Conrado, sobre essa cobrança da ausência de testagem nos familiares do bebê. Ela explicou como se
“O protocolo do governo do Estado determina que só deve fazer os exames quando aparecerem os sintomas. Este é o protocolo recomendado e estamos cumprindo. Os pais ainda estão assintomáticos, mas devem estar infectados. Mas estão sendo monitorados todos os dias”, reforçou a secretária.
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