Publicado às 18h50 desta quarta-feira (15)

Afirmando que não apresentam sintomas até o momento e cobrando por que não foram testados pela Prefeitura, o pai e a avó do bebê serra-talhadense com covid-19 que se encontra na UTI do Hospital da Restauração, em Recife, negaram que estão contaminando locais públicos em Serra Talhada.

O fato ocorreu nesta quarta-feira (15). Ao longo do dia, áudios e fotos foram compartilhados anonimamente nas redes sociais dando conta de que o pai da criança, que é menor de idade, estaria espirrando e melando maçanetas de portas de propósito no bairro da Borborema, onde vive.

O fato acabou gerando preocupação entre moradores, que cobraram a intervenção da polícia no suposto ataque à saúde pública.

“Meu filho está com a Covid-19, está no Recife, mas eu não sei se ele saiu com essa doença daqui [de Serra Talhada] ou se pegou lá, entendeu? Não foi confirmado que eu estou com a doença, não foi feito [em mim] nenhum exame ainda e tem muita gente divulgando coisa minha aí, mas é tudo fake”, disse o pai.

“Quero falar que estão ligando para denunciar que a gente está saindo de casa, mas a gente não está”, reforçou a avó do bebê em mensagem enviada ao Farol, continuando:

“A gente está isolado e trancado, entendeu? Do jeito que nos foi pedido. Tem muita gente desocupada que não tem o que fazer e está denunciando, ligando para rádio, ameaçando vir com polícia”.

“NÃO FIZERAM TESTES NA GENTE”

A avó da criança alerta que ninguém da família foi testado até agora pela Secretaria Municipal de Saúde e cobra do governo municipal uma atuação neste sentido.

“Como é que se exige da gente ficar trancado e isolado, só que eles [Prefeitura] não têm certeza que a gente está infectado. Eles [Prefeitura] acham que a gente está. Então, por que não fazer exame em toda a família? O correto seria esse. Se a gente teve contato com a criança e se eles [Prefeitura] tem dúvida, não era somente isolar, deveria caçar uma forma de saber realmente se há infectados na casa”, desabafou.

O QUE DIZ A SECRETARIA DE SAÚDE?

A reportagem do Farol conversou com a secretária de Saúde, Márcia Conrado, sobre essa cobrança da ausência de testagem nos familiares do bebê. Ela explicou como se processa o acompanhamento familiar após alguém ser diagnosticado com o covid-19.

“O protocolo do governo do Estado determina que só deve fazer os exames quando aparecerem os sintomas. Este é o protocolo recomendado e estamos cumprindo. Os pais ainda estão assintomáticos, mas devem estar infectados. Mas estão sendo monitorados todos os dias”, reforçou a secretária.