Fotos e informações de Celso Garcia / Farol de Notícias
Publicado às 04h55 desta terça-feira (22)
Nas ruas de Serra Talhada é possível encontrar de tudo um pouco. Vez ou outra o centro da cidade é tomado por viajantes de visual alternativo tomado pela dedicação exclusiva a filosofias de vida tomadas pela arte. Caminhando pelas ruas em busca de boas histórias e imagens, o fotógrafo do Farol de Notícias, Celso Garcia, cruzou com o exemplo de pai Nilton Cassiano de Souza, de 45 anos recém completos, nascido na cidade de Remanso-Bahia. E hoje pousa sereno, manso e simpático na Rua Enock Inácio de Oliveira.
De cabelos esbranquiçados enrolados em compridos dreadlocks, o sorridente Nilton, que já conheceu o Brasil inteiro, passeou pelas fronteiras tupiniquins com diversos países latino americanos, fez um pouso-pausa na capital do xaxado para trazer a filha mais nova para começar o Ensino Superior. Família grande e bonita construída com espírito de aventura, amor e dedicação a arte de fios, couros e pedras trançados, macramês em pulseiras anéis e colares.
“Da última vez que eu tive carteira fichada foi em 1997 daí para cá só me dediquei ao artesanato. Fui para São Paulo e construí minha vida, família, minha casa, tudo eu consegui em uma cidade chamada Arujá, perto de Guarulhos. Dá para viver legal, é uma vida sem luxo, mas pelo menos o de você se alimentar não falta, não. Graças a Deus, eu mesmo me dedico ao artesanato como profissão, como filosofia de vida e tudo. Ela já me levou a todos os estados do Brasil. Eu mesmo ter chegado em São Paulo só com uma mochilinha e consegui comprar terreno, montar minha casinha, tudo uma boa parte com artesanato. Está tudo lá”, falou de suas seguranças, continuando:
“Eu cheguei aqui em Serra porque a minha filha passou na faculdade para cá e eu vim trazer ela para estudar. Passou para Biologia, nós alugamos uma casa aqui na Cagep. Ela é a segunda, a minha mais velha já está terminando faculdade. Em 2003 eu passei aqui em Serra Talhada viajando com essa minha menina e ela tinha 1 ano, fez aniversário em Juazeiro e nós passamos por aqui viajando de bicicleta. A cidade mudou muito, a praça ali não era reformada. Esse é o prazer de ser artesão e levar essa vida. Para mim é gratificante”, relembrou o viajante.
O FUTURO É O MUNDO
Após ganhar o Brasil todinho, fez de Serra Talhada morada provisória para garantir a boa educação da caçula. Mas o ambicioso viajante do artesanato quer ainda mais experiências na bagagem. Experiências para pesar a mochila até não aguentar mais. Quando não couber mais no tempo de se lançar pela estrada, quer se aquietar perto de uma cachoeira baiana ou mineira, em cidades de novo poético.
“Eu pretendo sair sim de Serra. O meu plano agora é ir pelo menos até o Peru, depois conhecer os países aí o Chile, Argentina. Porque eu conheço esses lugares aí só na fronteira, não entrei para esses países. Meu sonho mesmo é ir para o México, lá tem muitas feiras de artesanato, conhecer Cusco que é a primeira capital do Peru e é muito boa para artesanato”, narrou o mochileiro, dando destino a companheira que leva sua profissão e sua casa.
“E depois quando não aguentar mais carregar a mochila é encostar em algum lugar que tenha uma cachoeira e ficar lá. Tem dois lugares que são incríveis, na Bahia, na Chapada da Diamantina, eu achei um lugar mágico. E em Minas Gerais, uma cidade que chama São Tomé das Letras, na Ladeira do Amendoim. Quando a minha mochila tiver pesada eu vou escolher um desses dois lugares para morar”.
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