Dois Estados, a única solução para acabar com o conflito israelense-palestino: mais de 70 países vão reafirmar solenemente este compromisso no domingo em Paris, cinco dias antes da posse de Donald Trump, cujas posições sobre o assunto preocupam muitos dos envolvidos no dossiê.

Ridicularizada por Israel, que denunciou uma “farsa”, a conferência faz parte de uma iniciativa francesa lançada há um ano para mobilizar a comunidade internacional em torno de um dos conflitos mais antigos do mundo e encorajar israelenses e palestinos a retomar o diálogo.

A solução de dois Estados (criação de um Estado palestino que coexista em paz com Israel), referência para a maior parte da comunidade internacional, “está em perigo”, advertiu mais uma vez o chefe da diplomacia francesa, Jean-Marc Ayrault, em um artigo publicado nesta sexta-feira nos jornais francês Le Monde e israelense Haaretz.

A colonização israelenses nos territórios palestinos, os atentados palestinos em Israel, frustrações, radicalização do discurso, negociações completamente paralisadas há dois anos… “A cada dia que passa, nos distanciamos ainda mais das perspectivas de uma resolução do conflito”, escreveu Ayrault.

A conferência de domingo, que vai reunir uns 75 países e organizações internacionais (a primeira reunião reuniu 30 países em 3 de junho), não levará a qualquer anúncio concreto, mas a um comunicado que recordará os textos internacionais de referência sobre o conflito israelense-palestino e os princípios aceitos pela comunidade internacional em quase 70 anos.

“Parece ser importante, no contexto atual, que 70 países reafirmem que a solução de dois Estados é a única possível. É tão simples quanto isso, não é mais do que isso. Precisamos que esta posição seja gravada e defendida neste período de incerteza”, explicou um diplomata francês.

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