Perfil tentou chantagear criança para receber fotos íntimas

Foto: Markus Spiske/Pexels

Por G1

 

A troca de mensagens entre uma menina de 10 anos e uma pessoa que ela conheceu por meio de uma rede social mostram que a criança foi chantageada para enviar fotos íntimas em troca de moeda virtual para o jogo Free Fire, popular entre adolescentes.

O ‘dima’ permite que o usuário tenha acesso a skins, personagens e outros itens na loja e pode chegar a custar R$ 150. Para convencer a menina a enviar as fotos, o criminoso chega a oferecer 1.000 dimas ou “quantos ela quiser”. Nas mensagens, ele diz ter 15 anos. A família registrou um boletim de ocorrência e o caso será investigado pela Polícia Civil.

Se identificado, o suspeito pode responder pelos crimes de favorecimento da prostituição e exploração sexual de vulnerável e também por adquirir, possuir ou armazenar fotografia e vídeo, de acordo com a Lei 8.069/90, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

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Perfil tentou chantagear criança para receber fotos íntimas

Em prints de conversa, suspeito tenta convencer criança de 10 anos a enviar fotos em troca de dinheiro para jogo virtual — Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal.

A garota chegou a enviar quatro fotos. Segundo a mãe da criança, ela foi orientada pelo criminoso a enviar fotos com as pernas abertas e mostrar o órgão genital e o bumbum. Em uma das imagens, a criança está nua. Em outra, ainda segundo a mulher, a filha foi orientada a colocar a mão na genitália.

O caso foi descoberto pelos pais no dia 2 de abril, quando a própria criança contou que vinha trocando mensagens com um rapaz que dizia ter 15 anos em uma rede social. Ao olhar o celular da filha, eles viram que as fotos tinham sido enviadas cinco dias antes.

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Prints serão utilizados como prova de crime

A família entregou os prints das conversas à polícia e eles podem ser utilizados como prova do crime. O perfil do usuário também foi bloqueado e a criança já não tem mais acesso ao conteúdo.

Perfil tentou chantagear criança para receber fotos íntimas

Prints de conversa mostram suspeito tentando negociar dinheiro virtual em troca de fotos íntimas de criança de 10 anos em Ribeirão Preto, SP — Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal.

 

Presidente da Comissão da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o advogado Élton Ramos alerta sobre a necessidade de monitoramento dos mais jovens nas redes sociais. “A primeira orientação é que os pais estejam sempre diligentes, com o olhar voltado para o que as crianças e os adolescentes estão consumindo, o que estão fazendo, principalmente, na calada da noite”.

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Segundo ele, nos últimos quatro anos, a sociedade tem lidado com mais casos de aliciamento de menores porque mais pessoas estão denunciando.

“Isso está sendo mais publicizado pela imprensa e a sociedade, como um todo, está tendo mais informações acerca desses crimes. Os pais estão sendo mais orientados e, com isso, tem chego aos tribunais e ao judiciário denúncias de violação de direitos de crianças e adolescentes. Os pais estão levando mais para a imprensa para que seja divulgado”.