Do Diario de PE

Um estudo com participação da Universidade Federal de Pernambuco descobriu uma nova espécie de cobra d’água que habita o Pantanal brasleiro. Nativa da região do Poconé, no Mato Grosso, a Helicops boitata tem escamas nasais inteiras, focinho e marcação alaranjada no ventre, entre suas principais características, e apresenta hábitos diurnos. A descoberta foi divulgada em artigo publicado pelo pesquisador Antonio Moraes, mestre pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e aluno no Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal da UFPE. O estudo teve colaboração da UFPE, USP e MNRJ.

O espécime encontrado é um macho adulto, de aproximadamente 6,4 cm. Para reconhecer a nova cobra, a pesquisa analisou a cobra por comparação, coloração em conservantes, coloração em vida, história natural e habitat, entre outros procedimentos. “Todos os pontos considerados, embora nosso único espécime impeça considerações sobre a variabilidade característica, nossos dados morfológicos e moleculares permitem o reconhecimento de uma linhagem independente e espécies de Helicops diagnosticáveis. Portanto, com base em tais evidências combinadas, descrevemos esta espécie como nova no seção seguinte”, afirma o autor.

O nome específico dado a cobra d’água é um substantivo em aposição derivado do português brasileiro “boitatá”, como referência à lenda popular de uma serpente gigante do fogo que habita os rios brasileiros e protege as florestas contra incêndio causado pelo homem. A palavra tem suas origens na língua nativa tupi (‘Mboi = cobra; tatá = fogo). Serve também como uma alusão à tonalidade alaranjada vívida do padrão ventral, assemelhando-se à cor das chamas.