Do G1

Na manhã desta quinta-feira (13), a Polícia Federal (PF) em Pernambuco deflagrou a operação “Hidra”, para apurar ação de organização especializada em crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro. Um dos alvos da operação foi o prefeito de Ibimirim, no Sertão, Welliton Siqueira, investigado pela contratação de empresas “fantasmas”.

De acordo com a PF, o grupo criminoso era formado por agentes públicos, servidores, empresários e particulares e atuava no Sertão. Foram cumpridos 86 mandados de busca e apreensão nos municípios de RecifeCamaragibeCaruaruArcoverde, Ibimirim, Afogados da IngazeiraItacurubaInajá e Salgueiro.

A investigação apurou que o prefeito Welliton Siqueira teria contratado empresas “fantasmas” e ligadas ao mesmo grupo ou aos mesmos empresários, para o fornecimento de material e prestação de serviços nas áreas de saúde, obras de engenharia e terraplanagem/pavimentação e locação de veículos.

Os crimes investigados são:

  • Formação de organização criminosa;
  • Corrupção ativa e passiva;
  • Dispensa indevida de licitação;
  • Fraude à licitação;
  • Lavagem de dinheiro.

 

As penas máximas, somadas, podem ultrapassar 42 anos de reclusão.

Dinheiro foi apreendido na operação Hidra, da Polícia Federal — Foto: Divulgação/Polícia Federal

Dinheiro foi apreendido na operação Hidra, da Polícia Federal — Foto: Divulgação/Polícia Federal

Em licitações realizadas pelo município de Ibimirim, a polícia identificou indícios da indicação, por um dos empresários beneficiados pelo esquema, de pessoa que assumiria o cargo de pregoeiro, com o fim de garantir a vitória de empresas previamente selecionadas.

“Há também fortes elementos que sugerem que os investigados teriam mantido contatos prévios para ajustar quais empresas ganhariam as licitações, tendo, inclusive, os empresários participantes do esquema tomado conhecimento dos documentos das licitações, antes mesmo que elas fossem oficialmente divulgadas”, disse a Polícia Federal em nota.

Na investigação, foram coletadas evidências da utilização de diversas contas “laranjas”, que envolviam servidores, ex-servidores municipais e pessoas sem qualquer condição socioeconômica para movimentar os valores revelados nos relatórios de inteligência financeira. Também foram identificadas empresas “fantasmas”, usadas para movimentar os valores de atos de corrupção e de possíveis desvios de recursos públicos.