PM infectado por Covid-19 em ST critica atendimentoPublicado às 04h09 desta terça-feira (30)

O serra-talhadense Valdemir Antão da Silva Júnir, 37 anos, é policial militar no estado da Paraíba e vive o drama de ser infectado pelo covid-19. O militar, também conhecido por ‘Júnior de Maura’, passou a ter os sintomas do novo coronavíus entre os dias 16 e 17 deste mês, e lamenta que até agora, não recebeu qualquer assistência por parte da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

“Quero perguntar a prefeitura, cadê o medicamento? Estou desde sexta-feira esperando. O teste serviu pra que? Só para fazer mesmo? Só serviu para fazer e colocar lá no estoque e passar para vocês do Farol? [os números]. Tem 37 hoje, segunda tem 40. Quer dizer que só serviu pra isso? Só serve para fazer mídia? Mas para mandar medicamento para o paciente não serve não”, desabafou Valdemir Júnior em conversa, por telefone.

“Lá constatou, teste positivo do covid, mas ninguém chegou aqui. Os meus dados não ficaram lá? Pra que serve que ficha com os dados? Até agora não chegou nada. Os medicamentos que arrumei foi tudo desenrolando com o povo. A azitromicina foi eu que comprei na Santa Clara, não chegou nada, nada”, reforçou.

TEM QUE DAR MAIS ATENÇÃO

De acordo com o policial militar, o governo municipal deve dar mais atenção, todas às vezes que for emitido um boletim atualizado dos casos de covid-19 em Serra Talhada, sob pena de tudo ficar fora de controle.

“Essas entrevistas (lives) de saúde é só conversa mole e o paciente aí solto, ninguém tá aí, botam o documento que é positivo no bolso e andam aí normal na cidade passando o vírus para os outros. Eu digo uma coisa, não vai acabar não, porque ninguém observa se estão em isolamento ou não. Se o primeiro teste positivo de um paciente desse tantos mil para a prefeitura, eu acredito que todo dia tinha gente aqui na minha porta”, declarou Júnior de Maura.

OUTRO LADO

A reportagem do Farol de Notícias entrou em contato com a secretária-Executiva de Saúde, Alexsandra Novaes, que justificou todo o embaraço vivido pelo policial militar. Logo em seguida, a equipe de saúde esteve na residência de Júnior de Maura, que recebeu toda orientação e medicamentos necessários. Os familiares o policial também foram monitorados.

“O paciente esteve na unidade da AABB/Várzea no início do mês com alguns sintomas, só que pela clínica a médica avaliou que não eram característicos de covid, passou a medicação direcionada a síndrome gripal dele e pediu para ele ficar em isolamento. Fez as orientações necessárias. Ele por conta própria fez o teste, particular, deu negativo. Fez particular porque a médica não solicitou, não achou que seria covid, tanto que o teste deu negativo”, explicou a gestora de saúde, complementando:

“Alguns dias após, agora já no fim do mês, ele sentiu outros sintomas e procurou outra unidade de saúde, onde ele tem conhecimento. Foi atendido pelo médico que solicitou o exame, fez o teste pelo nosso município, já está em estado de cura. O teste sinalizou o positivo dele, a vigilância saiu agora à tarde da casa dele e fez todas as orientações. E os familiares dele que tiveram contato irão realizar o teste essa semana”.