Foto: Farol de Notícias / Manu Silva
Com informações da repórter Manu Silva (Do Farol)
Acompanhando uma série de protestos no Estado por melhorias na condição de trabalho, os policias civis de Serra Talhada foram às ruas para denunciar a situação preocupante por que passam na Delegacia local. A mobilização acontece em vários municípios de Pernambuco convocada pelo Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis do Estado). Cerca de 15 policiais foram até à praça Sérgio Magalhães, no Centro, na manhã desta quarta-feira (26) munidos com faixas e panfletos, onde denunciam os principais problemas enfrentados pela categoria atualmente. Em conversa com o FAROL, o comissário Cornélio Pedro da Costa afirmou que os servidores vêm sendo prejudicados diante um grave sucateamento.
“A principal reivindicação é pela moralização da instituição Polícia Civil. De abril até agora, quando desencadeamos este movimento, percebemos a situação de descaso e sucateamento porque estamos passando, especialmente no quesito humano, porque a quantidade de policias hoje no Estado não atende a demanda que Pernambuco necessita, então estamos tendo vários crimes que não estão sendo investigados como deveriam ou estão ficando engavetados porque o pessoal é insuficiente. Várias delegacias estão funcionando em prédios alugados e em ambientes insalubres, então, como podemos oferecer um serviço de qualidade se não há condições de qualidade para o trabalho?”, questionou o policial.
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Cornélio Pedro da Costa disse que, inicialmente, a briga era por melhoria salarial, mas agora passou a ser por sobrevivência, já que a categoria se deu conta do próprio estado de precariedade. O comissário questionou o programa Pacto pela Vida dizendo que a iniciativa não vem atendendo as reais necessidades da população. Na visão de Cornélio, existe uma grande contradição entre a imagem do governo Paulo Câmara e suas práticas. Neste sentido, o policial reclamou que não só a segurança está deficitária no Estado, mas outras áreas como a educação e a saúde. “Então a população tem que ver que o problema não está em nós que estamos protestando, mas na instituição e quem administra isso é o chefe do estado, é o governador”, alertou Cornélio Pedro da Costa, soltando o verbo:
“Descobrimos que para sobrevivermos é preciso revitalizar a nossa instituição diante as condições péssimas de trabalho. Vários institutos que são importantíssimos para a Polícia Civil, como o IML, o Instituto de Criminalística, o próprio Instituto de Identificação, todos eles encontram-se funcionando de forma precária e improvisada. Então o que a gente quer é mudar essa história e queremos que isso seja discutido com o governo. Não queremos que a polícia trabalhe apenas para fazer números e estatísticas, que são coisas que podem ser maquiadas para serem apresentadas como um grande projeto, mas esse Pacto está falido, pois a partir do governo Paulo Câmara os números de homicídios voltaram a aumentar. Então, estamos nessa luta e vamos continuar esperando que o governo nos chame para dialogar”.
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