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Por UOL

A cada cinco minutos, um brasileiro morre em decorrência de AVC (acidente vascular cerebral), também conhecido popularmente como “derrame”, o que resulta em mais de 100 mil mortes por ano, segundo dados do Ministério da Saúde. Isso torna a doença a segunda principal causa de óbitos no país.

Tipos de AVC

Apesar do costume de usarmos “AVC” como um termo guarda-chuva, um acidente vascular cerebral pode ser dividido em duas categorias principais

  • Acidente vascular cerebral isquêmico: é o tipo de AVC isquêmico mais comum, responsável por algo entre 80% e 85% dos casos totais. Ele acontece quando um vaso sanguíneo é bloqueado por um coágulo ou por placas de gordura. O risco aumenta caso o vaso sanguíneo já esteja danificado por uma hipertensão arterial prévia, o que faz da doença crônica um fator de risco importante.
  • Acidente vascular cerebral hemorrágico: menos comum, é responsável por cerca de 15% a 20% dos casos de AVC. Ocorre quando um vaso sanguíneo se rompe e há um extravasamento de sangue para o interior do cérebro ou para as meninges, as membranas que o envolvem. Um AVC hemorrágico pode ser intracerebral, quando o sangue vaza para o cérebro e danifica as células cerebrais; ou subaracnóidea, quando o vaso que se rompe fica próximo da superfície do cérebro, fazendo com que seja preciso retirar o sangue entre o crânio e a superfície do cérebro.

Sintomas do AVC

Os sintomas do AVC surgem de maneira repentina e variam de acordo com a região afetada do cérebro, uma vez que cada região do órgão é responsável por uma função específica. Conheça os mais comuns:

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  • Boca torta / rosto assimétrico;
  • Dificuldade para falar ou sorrir;
  • Perda de força em um dos lados do corpo;
  • Dificuldade para levantar os braços;
  • Dificuldade para caminhar.
  • Perda ou alteração da visão;
  • Dormência ou formigamento no rosto, braços ou pernas;

Também podem ocorrer sintomas menos específicos, como desmaio, dor de cabeça muito intensa e vômitos.

Vida moderna e as novas vítimas do AVC

Embora culturalmente o AVC seja associado à população idosa (acima dos 60 anos) a incidência entre os jovens (abaixo dos 50) tem aumentado e preocupado especialistas: até 15% dos casos acontecem em pessoas entre 45 e 50 anos. Mas por que vemos essa mudança no perfil dos afetados pela condição?

Dr. Daniel Abud, médico coordenador do serviço de neurorradiologia intervencionista do Hospital 9 de Julho – DASA, pontua dois fatores como os principais responsáveis por isso.

  • Mudanças no estilo de vida – aumento de casos de obesidade, estresse crônico / ansiedadediabetes, colesterol elevado e hipertensão. Assim como alimentação nutricionalmente pobre e sedentarismo.
  • Evolução do diagnóstico médico – a tecnologia permite exames e diagnósticos cada vez mais precisos, identificando casos que, antes, poderiam passar despercebidos.

Semelhante a outras doenças cardiovasculares, o histórico familiar também é um fator de risco importante. Se um dos seus pais teve um AVC isquêmico (AVCI) antes dos 65 anos, o filho (a) tem um risco três vezes maior de sofrer um AVC;

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Sintomas e fatores de risco específicos do AVC em jovens

A doença aterosclerótica (acúmulo de colesterol na parede das artérias) é o fator mais importante no AVCI, e é mais presente entre a população idosa. Em pacientes com até 45 anos de idade, a embolia de origem cardíaca e as dissecções arteriais são as causas mais comuns de AVCI. Porém, a falta de controle dos fatores de risco cardiovascular nos pacientes mais jovens pode aumentar a ocorrência de AVC associado à aterosclerose nessa faixa etária.

Outro ponto é que, embora os sintomas do AVC estejam relacionados à área do cérebro afetada, algumas causas de AVC podem ter outros sintomas associados, como explica o dr. Daniel Abud.

“Um exemplo é a chamada dissecção arterial, causa mais comum nos pacientes jovens, que pode causar dor repentina na região do pescoço ou nuca, que costuma demorar a passar.”

E o ataque isquêmico transitório (AIT)?

Também chamado de “mini AVC”, o ataque isquêmico transitório (AIT) é um acidente vascular cerebral isquêmico de menor duração, pois o coágulo se rompe rapidamente, assim como os sintomas, que costumam durar apenas algumas horas ou minutos.

Mesmo assim, o AIT não deve ser ignorado, pois pode ser prenúncio de um quadro definitivo que pode se instalar nas 48 horas seguintes. Por isso, o ideal é procurar atendimento médico, como orienta o dr. Eli Evaristo, médico neurologista. “Se a pessoa não der importância aos primeiros sintomas e marcar uma consulta médica para quinze ou trinta dias mais tarde, estará correndo um risco enorme de que algo mais grave aconteça.”

AIT foi o diagnóstico do ator Renato Aragão, de 87 anos, conhecido por interpretar o personagem Didi, internado na última quarta-feira (7) após se sentir zonzo. Logo após manifestar sintomas, ele procurou atendimento médico e segue em vigilância neurológica como o recomendado, apesar de já ter dito publicamente que está bem.