G1

O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, afirmou neste domingo (1º) que não vai libertar milhares de prisioneiros do grupo extremista Talibã. A medida deve gerar um impasse apenas um dia depois da assinatura do acordo firmado entre os islamitas e os Estados Unidos .

A libertação de prisioneiros de todos os lados era uma das cláusulas do acordo. Entretanto, o governo do Afeganistão afirmou que não fez nenhuma promessa de libertar até 5 mil presos ligados aos extremistas.

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Em coletiva de imprensa, o presidente Ghani declarou que até poderia negociar a soltura dos prisioneiros do Talibã. Porém, ele disse que isso não deve ser feito como um requisito para o acordo.

“O pedido feito pelos Estados Unidos para libertar prisioneiros pode fazer parte das negociações, mas não ser uma pré-condição”, afirmou Ghani.

Os Estados Unidos e o Talibã assinaram neste sábado (29) um acordo que prevê a retirada completa, em 14 meses, das tropas americanas e da Otan do território do Afeganistão. Os EUA e o grupo islâmico estão em guerra, dentro do território afegão, desde 2001.

A retirada das tropas americanas do Afeganistão depende do cumprimento, pelo Talibã, de compromissos previstos no acordo. O líder da delegação do grupo, Abdul Ghani Baradar, declarou que o grupo está comprometido com o pacto firmado com os americanos.

Além da retirada das tropas, outros termos do acordo são, de acordo com a Reuters e a BBC:

Os EUA e a coalizão se comprometem a retirar, nos próximos quatro meses e meio (135 dias), soldados de 5 bases militares. Isso reduziria a força americana no Afeganistão de 13 mil para 8,6 mil soldados.

Os EUA também prometem trabalhar “com todos os lados relevantes” para libertar prisioneiros políticos e de combate.Inicialmente, a Reuters informou que, até 10 de março, os americanos e o governo do Afeganistão iriam libertar até 5 mil prisioneiros, e o Talibã, até mil, mas, depois, a agência informou que o conselheiro nacional de segurança afegão, Hamdullah Mohib, declarou que o governo do país não fez esse comprometimento.

Os EUA planejam retirar sanções de membros do Talibã até agosto.

O Talibã, por sua vez, concordou em não permitir que a Al-Qaeda ou qualquer outro grupo extremista opere em áreas controladas por ele.